A partir de maio, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo fará um pente-fino nas contas de hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) para tentar identificar desperdício de recursos, falhas na assistência e problemas de gestão, incluindo desvio de verba pública. A iniciativa, divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, tem como objetivo evitar novas crises como a da Santa Casa de São Paulo, que entrou em colapso no ano retrasado, após acumular dívida de R$ 800 milhões.
“Tratava-se de uma instituição privada, cuja situação só veio à tona quando eles fecharam o pronto-socorro. Foi uma lição para nós”, afirmou o secretário estadual da Saúde, David Uip, referindo-se à decisão do então provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, de interromper os atendimentos de urgência na unidade por 30 horas em julho de 2014, alegando falta de recursos. Auditorias e investigação do Ministério Público Estadual apontaram falhas de gestão. Em abril de 2015, Abdalla renunciou ao cargo, após a Justiça autorizar a quebra de seus sigilos bancário e fiscal.
Um hospital será sorteado por semana para passar pela auditoria. As unidades escolhidas terão de apresentar dados financeiros, administrativos, operacionais, assistenciais e institucionais. Entre os indicadores que serão analisados estão os balanços patrimoniais dos últimos três anos, custos de cada setor, metas de produção, taxa de ocupação de leitos e contratos com empresas terceirizadas. “O que nós encontramos na Santa Casa de São Paulo me incomodou muito. Fizemos outras auditorias e encontramos outras unidades em situação preocupante”, disse Uip.
Dos R$ 8 bilhões que a pasta recebe do Ministério da Saúde para custeio do SUS, metade vai para convênios. Atualmente, o Estado mantém parceria com 476 hospitais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.