Estadão

Estadão lança agregador de pesquisas; Lula tem vantagem de 16 pontos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial com 21 pontos porcentuais de vantagem, como informou o instituto Datafolha, ou com 8, como apontou o PoderData, ambos na semana passada? As 12 pesquisas eleitorais divulgadas no mês de maio indicaram a mesma ordem na disputa – o petista em primeiro, seguido por Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) -, mas atribuíram números muito díspares para cada candidato. Quem está mais próximo da realidade?

O <b>Estadão</b> vai buscar responder a essa dúvida com um agregador de pesquisas eleitorais. Trata-se de um aplicativo online interativo que usa dados de todas as pesquisas, considerando suas peculiaridades metodológicas, para calcular a <b>Média Estadão Dados</b> – o cenário mais provável da disputa a cada dia, de acordo com nosso modelo.

No momento, segundo a <b>Média Estadão Dados</b>, Lula tem 46%, 16 pontos porcentuais a mais que Bolsonaro, com 30%. Ciro vem a seguir, com 7%. Há empate entre André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB), ambos com 2%. Outros concorrentes, somados, têm 3%.

A média de cada candidato não é a simples soma dos resultados e divisão pelo número de pesquisas. O agregador controla diversos parâmetros e dá pesos diferentes aos levantamentos para impedir que números destoantes ou desatualizados puxem um dos concorrentes para cima ou para baixo.

<b>Vieses</b>

"Com o agregador, o <b>Estadão</b> contribui de forma significativa para uma análise mais precisa das pesquisas sobre as disputas eleitorais", afirmou Eurípedes Alcântara, diretor de Jornalismo do Grupo Estado. "A ferramenta modula em tempo real os resultados de 14 institutos de pesquisas, nivelando eventuais vieses e distorções metodológicas."

A série histórica do agregador tem dados divulgados pelas seguintes empresas: Datafolha, Ipec (o antigo Ibope), Quaest, Paraná Pesquisas, Vox Populi, Sensus, MDA, PoderData, Ipespe, Ideia, Futura, FSB, Gerp e Real Time Big Data. As seis primeiras fazem pesquisas presenciais, ou seja, seus entrevistadores abordam as pessoas face a face, na rua ou em suas casas. As sete últimas promovem sondagens por telefone. O MDA usa os dois métodos.

A forma como os dados são coletados tem influência significativa nos resultados. Na média, pesquisas telefônicas tendem a subestimar a taxa de intenção de votos em Lula e a superestimar a de Bolsonaro. É possível que isso aconteça porque sondagens feitas por telefone tenham mais dificuldades de aferir a opinião dos mais pobres – segmento em que o petista se sai melhor.

<b>Metodologia</b>

O modelo considera que, na média, as pesquisas presenciais são mais precisas ao atribuir a taxa de intenção de votos de cada candidato. Por outro lado, as pesquisas telefônicas são feitas com maior frequência e podem captar melhor eventuais mudanças de tendência.

A <b>Média Estadão Dados</b> considera o desempenho de cada candidato nos dois tipos de pesquisas, mas depois que essas últimas são submetidas a um fator de correção. Veja algumas das principais características do agregador:

1) São calculadas separadamente as médias de pesquisas presenciais e telefônicas. A média das primeiras é usada como parâmetro para estimar eventuais vieses das demais. Um fator de correção, que pode variar ao longo do tempo e é calculado para cada empresa, é aplicado para compensar esses possíveis vieses.

2) A linha de tendência de cada candidato, ou seja, a evolução de seu desempenho nas duas pesquisas mais recentes de um mesmo instituto, é levada em conta para calcular sua taxa a cada dia.

3) Há anteparos para evitar que números destoantes afetem o resultado final. Se uma pesquisa traz resultados muito diferentes de outras feitas em datas próximas e com metodologia semelhante, seu peso é reduzido no cálculo da média. O mesmo acontece quando uma determinada linha de tendência destoa das demais.

4) Quanto mais recente é uma pesquisa, maior é seu peso na definição da média final. Se uma empresa fica muito tempo sem divulgar pesquisas, suas taxas e linhas de tendências deixam temporariamente de ser consideradas, até que novos números sejam publicados. Atualmente só entram na conta dados de institutos com pesquisas divulgadas nos últimos 77 dias. Essa "janela de inclusão" vai diminuir com o tempo para que, na data do primeiro turno, sejam considerados apenas os resultados dos três dias anteriores.

<b>Ferramenta interativa estreia com 57 levantamentos </b>

O agregador de pesquisas do <b>Estadão</b> estreia com 57 levantamentos publicados desde o dia 1º de dezembro de 2021, sendo 40 feitos por telefone e o restante presencialmente. A ferramenta vai trazer sempre um gráfico interativo com os dados dos últimos seis meses.

O aplicativo permite visualizar separadamente as médias das pesquisas presenciais e telefônicas, cada uma delas calculada segundo metodologia própria do <b>Estadão Dados</b>, núcleo de jornalismo de dados do <b>Estadão</b>.

Além disso, o gráfico mostra a evolução da <b>Média Estadão Dados</b>, calculada com base nas pesquisas presenciais e telefônicas, mas apenas depois que estas passam por um fator de correção. O motivo é tentar evitar que os resultados sejam afetados por vieses metodológicos.

Os usuários poderão fazer recortes dos resultados, destacando apenas as linhas do gráfico de determinados candidatos, e compartilhar essas visualizações em redes sociais e aplicativos de mensagens.

Em breve haverá uma nova opção de visualização, considerando os porcentuais de cada candidato em relação aos votos válidos, ou seja os atribuídos apenas aos candidatos, sem contar nulos, brancos e indecisos.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?