Os Estados Unidos está oferecendo à Rússia um novo pacto militar contra os grupos extremistas Estado Islâmico e Al-Qaeda na Síria, de acordo com uma proposta norte-americana obtida pelo jornal Washington Post.
De acordo com o documento de oito páginas, os Estados Unidos propõem uma sincronização dos esforços para a operação conjunta de bombardeios e outros esforços. Norte-americanos e russos iriam “trabalhar conjuntamente para defender” esses grupos.
O secretário de Estado, John Kerry, que deveria discutir a proposta em Moscou nesta quinta-feira, não quis comentar o assunto.
“Eu vou a Moscou me encontrar com o presidente (Vladimir) Putin esta noite”, disse a repórteres.
Caso se confirme, a proposta mudaria drasticamente o papel dos EUA no conflito, bem como iria na direção contrária de meses de críticas à intervenção militar russa na Síria. Ele também colocaria os EUA ao lado do presidente Bashar Assad, apesar de anos pedindo pela sua renúncia.
A Rússia, por outro lado, chegaria ao objetivo que traçou desde o primeiro ano de intervenção na Síria: liderar uma coalizão internacional.
Washington vem repelindo pedidos de Moscou por cooperação militar, acusando os russo de utilizar o combate ao terrorismo para proteger a posição de Assad. A Rússia também é acusada de violar tréguas e atacar grupos rebeldes moderados aliados aos EUA.
Boa parte do establishment em Washington tem receio de trabalhar em conjunto com a Rússia. No mês passado, um grupo de autoridades do Departamento de Estado assinou um documento em que pedia por uma intervenção contra as forças de Assad na Síria, dada a proeminência que o governo de Putin está ganhando com a intervenção.
Sob a proposta, um “grupo de implementação conjunta” seria estabelecido próximo à capital da Jordânia. Em seu nível mais básico, os dois antigos rivais da Guerra Fria iriam compartilhar inteligência e alvos, além de conduzir operações conjuntas, caso concordem.
A Rússia iria limitar seus ataques aéreos a regiões designadas e não deixar que as forças sírias bombeiem determinadas regiões.
Em troca, os russo pressionariam Assad a interromper a campanha militar contra grupos rebeldes. Washington também quer que a Rússia ajude a pressionar Assad a promover uma transição política que efetivamente terminaria com as quatro décadas de controle de usa família sobre a Síria. Fonte: Associated Press.