O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou nesta terça-feira, 19, que "este é o momento" de uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Ele discursou na Assembleia Geral da ONU, no primeiro dia de falas dos líderes globais no evento.
Ramaphosa comentou que na recente cúpula dos Brics, realizada em Johannesburgo, houve concordância sobre a visão de que o Conselho Geral "precisa ser reformado". A África do Sul é um dos países que pleiteiam vaga permanente em uma eventual reforma da principal instância decisória da ONU.
Além disso, a autoridade disse que a África do Sul tem defendido que a integridade territorial da Ucrânia "seja respeitada", em linha comas diretrizes da ONU.
Ramaphosa relatou que se reuniu mais cedo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e que os esforços sul-africanos para acelerar a troca de presos estão rendendo frutos. Segundo ele, Zelensky comentou que crianças estão sendo retornadas e presos, trocados, mas acrescentou que esse movimento "precisa ocorrer em um ritmo mais rápido".
Ramaphosa reafirmou a postura de seu país de ser contra o embargo dos EUA a Cuba, que segundo ele "prova danos à economia e ao povo" da ilha. Criticou também sanções contra o Zimbábue, que tem um peso negativo para este país e também para seus vizinhos, como a própria África do Sul, argumentou.
Ainda segundo Ramaphosa, a África é o continente "menos culpado pela crise climática, mas é o que mais sofre".
Ele defendeu que as riquezas geradas com a exploração de minerais na África fiquem no próprio continente, e pediu que líderes acelerem esforços para reduzir a emissão de gases estufa, "com foco em equidade".