Incêndios voltaram a atingir o Pantanal, um dos biomas mais ameaçados do País, em Mato Grosso do Sul. Na quinta-feira, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou situação de emergência em 14 municípios da região.
Os focos apareceram na região do Abobral, no entorno do Parque Estadual Pantanal Rio Negro, uma reserva ambiental. Na manhã de quinta, uma equipe do Corpo de Bombeiros Militar se deslocou para a área, em apoio às brigadas que já atuam na região. Conforme o Centro de Proteção Ambiental dos Bombeiros, entre 1.º de junho e 17 de julho, os incêndios destruíram 84 mil hectares de vegetação no Pantanal sul-mato-grossense, que vive um novo período de forte estiagem.
Já há informações de mortes de animais devido à seca e às queimadas. Um vídeo que circula em redes sociais mostra mais de uma dezena de jacarés disputando a água que caía de um bebedouro de gado, na Fazenda Sagrado, em Corumbá. Na imagem, é possível ver que os répteis estão magros e alguns aparentam estar mortos. Outros animais, como uma sucuri e uma onça-pintada, foram salvos de incêndios.
ÁREA MAIS ATINGIDA. O decreto de emergência abrange os municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho, Sonora, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim, Bodoquena, Jardim, Bonito, Anastácio, Corguinho e Rio Negro afetados por desastre classificado como incêndio florestal – queimadas em parques, áreas de proteção ambiental e áreas de preservação permanente nacionais, estaduais ou municipais. A emergência entrou em vigor ontem e tem duração de seis meses.
Conforme o governo, o decreto foi motivado pela intensa estiagem, que já dura mais de 25 dias, e pelo aumento em focos de incêndios em Mato Grosso do Sul. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apontam já no primeiro semestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, um aumento de 215,5% de área queimada nas unidades de conservação da bacia do Rio Paraguai, que banha o Pantanal, e de 400% em terras indígenas. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>