A estiagem prolongada está levando cidades do interior de São Paulo que já racionam água a ampliar a restrição no fornecimento. Nas regiões de Sorocaba e Campinas, que têm o maior número de cidades em crise no abastecimento, as chuvas de julho tinham atingido até esta quarta-feira, 30, apenas um quarto do volume médio do mês. As poucas precipitações foram insuficientes para repor o nível de rios e represas, o mais baixo dos últimos 80 anos.
Em Nova Odessa, o fornecimento de água está sendo interrompido durante 13 horas todos os dias desde o último fim de semana. O objetivo é economizar 2,5 milhões de litros por dia para garantir o abastecimento até outubro. O principal reservatório do sistema de represas que abastece a cidade está com 10% da capacidade.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Rio das Pedras decidiu ampliar o racionamento, que ocorria das 6 às 18 horas, estendendo a suspensão na distribuição até as 22 horas. A medida foi adotada em razão da queda no volume de reserva de água nos mananciais que abastecem a cidade.
A população de Saltinho passou a receber água apenas seis horas por dia. As duas lagoas usadas para a captação têm menos de 30% de água armazenada. O clima seco na região dificulta a redução no consumo que, apesar do racionamento drástico, teve redução de apenas 20%, segundo a prefeitura.
Em Itu, mesmo com o fornecimento de água reduzido a dez horas a cada dois dias, os bairros mais altos ficam vários dias sem receber o líquido. A empresa Águas de Itu informou que isso ocorre porque a rede de distribuição sofre ainda os efeitos da topografia da cidade. Chuvas fracas ocorridas no início da semana não surtiram efeito nos mananciais e, segundo a empresa, a estiagem segue forte, sem previsão de chuvas nos próximos dias.
Em Sorocaba, o racionamento se restringe à zona leste, abastecida pela Represa dos Ferraz, que está quase seca. Desde segunda-feira, 28, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto vem recorrendo a caminhões-pipa para garantir o abastecimento do complexo prisional de Aparecidinha – com penitenciária, centro de detenção provisória e unidade da Fundação Casa.
Outras cidades das regiões de Piracicaba e Campinas que também adotaram o racionamento, como Cosmópolis, São Pedro, Valinhos, Vinhedo e Cordeirópolis, também estudam formas para reduzir o consumo de água.
Em Campinas, o Rio Atibaia tinha nível crítico, com vazão de 5,6 m3 por segundo no ponto de captação. O manancial responde pelo abastecimento de quase toda a cidade. Um plano de racionamento está pronto, mas não há previsão de quando será adotado.