A 15ª edição da semana de moda de Angola começa nesta quinta, 25, e conta com a participação em peso de profissionais brasileiros. A começar pelo diretor criativo do evento, o consultor de imagem Jackson Araújo, que assume a função pela segunda vez a convite do grupo Emirais, dono da marca Angola Fashion Week. “Eles querem profissionalizar o mercado local, despertar o interesse global e acender holofotes para uma das maiores semanas de moda do continente africano”, diz Jackson. “Por isso, consideram importante entender como o mercado brasileiro se posicionou nos últimos anos. Nós servimos como inspiração.”
Este ano, três estilistas brasileiros de perfis distintos integram o calendário da semana: Lino Villaventura, famoso pelas roupas de festa exuberantes, Amir Slama, conhecido pela moda praia sofisticada, e Juliana Jabour, criadora de peças urbanas, jovens e descoladas. “Minha coleção tem muitos elementos que conversam com a moda africana”, diz Juliana. “A cartela de cores é supervibrante e os maxibrincos de argola de corda torcida devem agradar também.” Lino Villaventura, que abre o segundo dia de evento, também vê uma relação entre suas criações e o país. “Meu trabalho se identifica com a cultura africana porque é original, curioso e tem modernidade e sensualidade”, afirma.
No ano passado, Dudu Bertholini foi o único nome brasileiro a apresentar sua coleção no evento em Angola, que teve ainda a participação de Paolla Oliveira e Adriane Galisteu na passarela. “Existe uma paixão grande dos angolanos pelos brasileiros. Além de falarmos a mesma língua, muito da nossa alegria em conseguir viver nas piores situações vem da África. As pessoas são muito felizes”, diz Jackson. E isso fica evidente na moda local. Um dos destaques da fashion week, a marca Fiu Negru vende peças estampadas, decotadas e superfemininas. Já Nadir Tati traz uma moda mais sofisticada, com vestidos longos e justos combinados a turbantes volumosos.