A produção brasileira de grãos na safra 2021/22 deve atingir 271,4 milhões de toneladas, representando aumento de 6,2%, ou 15,9 milhões de toneladas, em comparação com o período anterior 2020/21. Comparativamente ao estimado no mês anterior, verifica-se uma redução de 0,4%, decorrente, sobretudo, do clima seco nas principais regiões produtoras, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 11º levantamento sobre a safra 2021/22, divulgado nesta quinta-feira.
"Em novembro, quando as áreas das culturas de primeira safra já estavam definidas e as condições climáticas vinham ocorrendo dentro dos padrões ideais, previa-se uma produção total de grãos em 291,1 milhões de toneladas, correspondendo a um crescimento de 13,9% sobre a safra anterior", ponderou a Conab.
Os produtores de milho deverão colher na segunda safra de 87,4 milhões de toneladas na temporada 2021/22. A colheita do milho avança e ultrapassa 79% da área plantada. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho representa a maior produção registrada na série histórica. "O número já considera a redução de produtividade, quando comparado com o levantamento anterior, em virtude do impacto da falta de chuva e ataques de pragas em importantes regiões produtoras, como o Paraná. Em relação ao ciclo anterior, o aumento na produção chega a 44%", diz a estatal. No caso do milho 1ª safra, a produção se manteve praticamente estável, em volume próximo a 24,98 milhões de toneladas (+1% ante 2020/21).
Outra cultura de destaque é o algodão. A colheita da fibra está em andamento sob condições climáticas favoráveis, com os trabalhos realizados em mais de 67% da área cultivada e a finalização estimada para setembro. Se por um lado o clima afetou a produtividade em algumas lavouras em virtude do estresse hídrico, por outro, o tempo seco observado na maioria das regiões produtoras influenciou de maneira positiva a qualidade do produto final. De acordo com o levantamento da Conab, a expectativa é de uma colheita de 2,74 milhões de toneladas da pluma do algodão, 16% superior à safra passada.
Para o feijão, a segunda safra está praticamente finalizada restando apenas alguns talhões que devem ser colhidos ainda na primeira quinzena de agosto. Mesmo com as oscilações climáticas registradas durante o ciclo, a produção deve alcançar em torno de 1,36 milhão de toneladas, representando um incremento de 19,5% em relação à temporada anterior", comentou a Conab. Sobre a terceira safra da leguminosa, os técnicos da companhia verificaram que as lavouras já foram instaladas, seguindo em plena evolução do ciclo. Houve redução na área plantada em comparação com 2020/21, especialmente em virtude da grande concorrência com o cultivo de milho e trigo, cereais que expandiram suas áreas de abrangência neste ciclo. Ainda assim, a produção total do grão ficará próximo a 3 milhões de toneladas.
Dentre os produtos de inverno, a semeadura das culturas foi finalizada em julho. Para o trigo, principal produto semeado, estima-se uma produção recorde de 9,2 milhões de toneladas. Segundo a Conab, "esse aumento esperado na produção de 19,3% é reflexo de uma maior área plantada, com crescimento expressivo no Rio Grande do Sul – alcançando 18% no Estado gaúcho se comparado com a safra passada -, aliado a uma expectativa de aumento na produtividade".
Produtos de 1ª safra, as lavouras de soja e arroz têm produção estimada em 124 milhões de toneladas (-10,2% ante 2020/21) e 10,8 milhões de toneladas (-8,4%), respectivamente. "O resultado da oleaginosa é reflexo da severa estiagem ocorrida no final de 2021 no Sul do País e em parte de Mato Grosso do Sul".
O clima também influenciou a produtividade do arroz, que, aliado a uma menor área plantada, teve a colheita reduzida em 8,4% em relação à safra passada.
A área plantada na safra 2021/22, estimada em 73,8 milhões de hectares, é 5,8% ou 4 milhões de hectares superior à semeada em 2020/21. Os maiores incrementos são observados na soja, 1,76 milhão de hectares ou 4,5%; no milho, 1,64 milhão de hectares ou 8,2%; no algodão, 230,5 mil hectares ou 16,8%, e no trigo, 182,1 mil hectares ou 8%.