Política

Estimular a produção e qualidade de vida


Em todos os discursos dos governistas de plantão, há um ponto em comum, que enaltece o avanço do Brasil, propondo dias melhores com geração de renda, principalmente para a população mais pobre. Seria bastante nobre se as palavras tivessem uma relação direta com a prática, o que não é o caso. Como não são do ramo, esses interlocutores do Planalto, incluindo-se aí o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentam vender uma imagem de que tudo são flores, quando – na realidade – o país caminha entre espinhos.


Não é possível conceber tanto otimismo quando os índices econômicos revelam um período de estagnação. O governo não enxerga a necessidade de buscar soluções para estimular a produção em sua essência. Em diferentes segmentos, os setores responsáveis por garantir o avanço da economia estão sendo massacrados por uma administração ruim. Há dez anos, o Brasil está entregue a gente que não busca outra coisa que não seja se perpetuar no poder, deixando de lado investimentos em infraestrutura, por exemplo.


Como querer garantir a geração de empregos, em um país que tem um dos piores crescimentos do PIB após o período de estabilidade econômica, garantido pelo governo de Fernando Henrique Cardoso? De forma hostil, o governo federal comemora o aumento da arrecadação, que se dá à custa de uma das maiores cargas tributárias do mundo, que oneram não só as empresas mas principalmente o cidadão comum. A inflação, pasmem, está de volta. Os preços do arroz e do feijão, na gôndola do supermercado, batem recordes ao mesmo tempo em que o setor agrário consegue números expressivos, mas que não se convertem em benefícios à população.


Na indústria, a situação é mais preocupante ainda. As taxas de desemprego só avançam, numa demonstração de que faltam estímulos à produção. Desta maneira, as empresas não conseguem se manter no mercado, frente à concorrência – muitas vezes desleal – dos produtos que vêm de fora. O Brasil, em um passo atrás, volta a ser apenas um exportador de


comodities, perdendo a chance de transformar matéria prima em produto acabado. Mandamos minério de ferro para a China e compramos deles o carro pronto, numa evidente inversão de valores no processo comercial.


Não à toa, o Brasil coleciona, nos últimos meses, déficits seguidos na balança comercial, já que o país acaba se tornando cada vez mais dependente dos produtos estrangeiros. Passa da hora do setor produtivo, em suas diferentes esferas, ser visto como prioridade neste país. Se não privilegiarmos o fato gerador, vamos ser obrigados a investir cada vez mais em programas assistencialistas, distribuindo bolsas como forma de diminuir a miséria, quando o melhor – para todos, sem exceção – seria estimular a produção, fazendo a cadeia girar em um sentido positivo. Mais produção, mais emprego, maior consumo, renda em ascensão e vida melhor para as pessoas.


 


*Carlos Roberto é deputado federal, presidente do PSDB Guarulhos e industrial


 

Posso ajudar?