Em sua 10ª edição no Brasil, o Festival Varilux do Cinema Francês começa nesta quinta-feira, 6, com atrações muito especiais. O eclético e sempre talentoso François Ozon, com seu novo drama premiado em Berlim, Graças a Deus, aborda casos de abuso na Igreja Católica e um outro olhar para a questão gravíssima do abuso infantil está em Inocência Roubada, de Andréa Bescond e Éric Metayer, sobre uma mulher adulta que identifica nas brincadeiras de criança com um amigo da família a origem de suas fissuras emocionais.
Todo ano, o festival traz ao Brasil filmes que têm distribuição assegurada, e o que o evento proporciona aos cinéfilos é a possibilidade de ver logo esses filmes, sem ter de esperar meses pelo lançamento comercial. Também todo ano, o festival resgata um clássico do cinema francês e o da edição de 2019 é Cyrano de Bergerac, que Jean-Paul Rappeneau adaptou da peça de Edmond Rostand em 1990, com Gerard Depardieu. Entre os novos filmes está Cyrano Mon Amour, de Alexis Michalik, que reconta a história do narigudo genial de um outro ângulo.
No filme, Rostand, desempregado e com família para sustentar, convence um renomado ator de que tem a peça ideal para ele – só que ainda não a escreveu e está seco de ideias. Talvez essa necessidade urgente de criar, de se reinventar, seja o motor que impulsiona todo artista (e impregna o 10.
Festival Varilux). De alguma forma, foi o que disse Juliette Binoche ao repórter em Berlim, no ano passado, sobre outra atração do evento. Quem Você Pensa Que Sou?, de Safy Nebbou. No filme, ela cria uma identidade falsa na internet. O que é falso, o que é verdadeiro? “Nunca sabemos o que é 100% verdadeiro nas redes sociais, mas nem por isso deixo de participar. É lúdico, e uma ferramenta valiosa para estar em contato com outras pessoas. Só não podemos perder a lucidez.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.