O estoque de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,6% em junho ante maio e chegou a R$ 3,102 trilhões, como informou nesta quinta-feira, 30, o Banco Central. No primeiro semestre do ano, houve alta de 2,8% e, em 12 meses até junho, de 9,8%.
Houve aumento de 0,6% para pessoas jurídicas e alta de 0,7% para o consumidor no mês. De janeiro a junho, a alta está em 2,0% para as empresas e em 3,7% para a pessoa física. No caso do período de 12 meses encerrados no mês passado, as taxas são de crescimento de, respectivamente, 8,9% e 9,8%.
De acordo com a autoridade monetária, o crédito livre cresceu 0,9% no mês, 1,4% no primeiro semestre de 2015 e 4,9% em 12 meses até junho. Já no caso do direcionado, aumentou 0,4% em junho ante maio, 4,4% no primeiro semestre do ano e 15,6% em 12 meses até junho.
No crédito livre, houve crescimento 0,5% para pessoas físicas no mês, de 1,3% no primeiro semestre do ano e de 4,8% em 12 meses até junho. Para as empresas, no crédito livre, houve aumento de 1,3% em junho e altas de 1,4% no primeiro semestre do ano e de 5,0% em 12 meses encerrados em junho.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 54,4% em maio para 54,5% no mês passado.
Média diária
A média diária de concessões de crédito livre caiu 0,3% em junho em relação a maio, para R$ 13,4 bilhões, de acordo com o BC. No primeiro semestre do ano, no entanto, houve uma alta de 1,1% e, em 12 meses até junho, de 1,8%.
No crédito direcionado, a média saltou 17,6% na comparação mensal, mas, no ano, tem uma queda de 16,2%, e recua 6,4% em 12 meses. Esse montante do crédito direcionado somou R$ 2 bilhões no mês passado.
Quando se junta o crédito livre mais o direcionado, a alta é de 1,7% em junho, com queda de 1,2% no primeiro semestre e expansão de 0,6% em 12 meses até junho. O total das concessões diárias ficou em R$ 15,4 bilhões no mês passado.
Habitação
As operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 1,1% em junho ante maio, totalizando R$ 470,953 bilhões, de acordo com o BC. No primeiro semestre deste ano, a expansão foi de 9,1% e, em 12 meses até junho, de 23,3%.
Segundo o BC, R$ 62,599 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 408,354 bilhões a taxas reguladas. O BC deixou de incorporar nestes dados as operações com crédito livre, por serem residuais.
As operações a taxas de mercado apresentaram crescimento de 0,7% no mês, de 6,0% no acumulado do ano até o mês passado e de 18,6% em 12 meses até junho. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 1,2% ante o mês anterior, 9,6% no ano e 24,1% em 12 meses até junho.
Veículos
O estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 1,4% de maio para junho, segundo o BC. Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 172,968 bilhões no mês passado – em maio o volume foi de R$ 175,460 bilhões. No primeiro semestre do ano, a queda nesse tipo de crédito é de 6,1% e, em 12 meses até junho, de 7,3%.
As concessões acumuladas em junho para financiamento de veículos para pessoa física somaram R$ 6,703 bilhões, o que representa uma alta de 4,7% em relação ao mês anterior (R$ 6,402 bilhões). No primeiro semestre de 2015, porém, o recuo desse segmento foi de 8,3% e, em 12 meses, de 3,0%.
Serviços e indústria
O estoque de crédito aumentou em junho nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços.
O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 826,390 bilhões em junho e teve uma alta de 0,9% na comparação com maio. Dentro desse setor, o comércio registrou alta de 2,00% no período e ficou com R$ 302,288 bilhões no mês passado. Em transporte, caiu 0,3%, com R$ 159,913 bilhões. Na administração pública, houve alta de 0,5% para R$ 107,914 bilhões. A categoria “outros” subiu 0,6% para R$ 256,276 bilhões.
Para a indústria, o crédito avançou 0,3% em junho, na margem, para R$ 750,595 bilhões. O segmento que mais foi prejudicado foi o da construção, com queda de 0,2%, com um total de R$ 111,843 bilhões. A indústria de transformação ficou estável, com volume de R$ 451,252 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (Siup) registraram aumento do crédito de 1,6% no mês passado, para R$ 149,402 bilhões. No caso da extrativa, houve uma queda de 0,1% em junho, para R$ 38,098 bilhões.
Para o setor agropecuário, o crédito subiu 1,6% em junho ante maio e ficou em R$ 24,220 bilhões.
Além dos três setores, o Banco Central registrou queda de 0,5% em maio no estoque de crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados para R$ 35,913 bilhões.