O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,7% em fevereiro ante janeiro, para R$ 4,046 trilhões, informou nesta segunda-feira, 29, o Banco Central. Em 12 meses, houve alta de 16,1%.
Os números são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população e reduziu a atividade das empresas, em especial nos meses de março e abril do ano passado. Em meio à carência de recursos, famílias e empresas aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos ao longo de 2020.
Em fevereiro ante janeiro, houve alta de 0,8% no estoque para pessoas físicas e alta de 0,6% para pessoas jurídicas.
De acordo com o BC, o estoque de crédito livre avançou 0,9% em fevereiro, enquanto o de crédito direcionado apresentou alta de 0,4%.
No crédito livre, houve alta de 0,7% no saldo para pessoas físicas no mês passado. Para as empresas, o estoque avançou 1,2% no período.
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) foi de 53,8% para 54,0% na passagem de janeiro para fevereiro.
As projeções do BC, atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da semana passada, indicam expansão de 8,0% para o crédito total em 2021. A projeção para o crédito livre em 2021 é de alta de 11,1%. Já a expectativa para o crédito direcionado é de elevação de 3,7%.
<b>Habitação e veículos</b>
O estoque das operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,9% em fevereiro ante janeiro, totalizando R$ 723,947 bilhões, informou o Banco Central.
Em 12 meses até fevereiro, o crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 12,5%.
O estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física também cresceu 0,9% em fevereiro ante janeiro, para R$ 223,955 bilhões. Em 12 meses, houve alta de 7,2%.
<b>Setores</b>
O saldo de crédito para as empresas do setor de agropecuária subiu 1,7% em fevereiro, para R$ 34,248 bilhões, informou o Banco Central.
Já o saldo para a indústria avançou 0,2%, para R$ 719,607 bilhões. O montante para o setor de serviços teve alta de 0,9%, para R$ 1,018 trilhão.
No caso do crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados (outros), o saldo caiu 5,5%, aos R$ 1,211 bilhão.
<b>BNDES</b>
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas recuou 0,8% em fevereiro ante janeiro, somando R$ 384,867 bilhões, informou o Banco Central. Em 12 meses, ainda há uma alta acumulada de 1,8%.
Em fevereiro, houve alta de 0,2% nas linhas de financiamento agroindustrial do BNDES, queda de 0,8% no financiamento de investimentos e baixa de 1,8% no saldo de capital de giro.
<b>Setor não financeiro</b>
O saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro caiu 1,6% em fevereiro ante janeiro, para R$ 12,296 trilhões. O montante equivale a 164,0% do PIB do Brasil, conforme dados divulgados pelo Banco Central.
O crédito ampliado inclui, entre outras, as operações de empréstimos feitas no âmbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as operações com títulos públicos e privados. A medida permite uma visão mais ampla sobre como empresas, famílias e o governo geral estão se financiando, ao abarcar não apenas os empréstimos bancários.
No caso específico de empresas, o saldo do crédito ampliado cresceu 1,1% em fevereiro ante janeiro, para R$ 4,250 trilhões. O montante equivale a 57,3% do PIB.
Para as famílias, o saldo do crédito ampliado cresceu 0,7% em fevereiro ante janeiro, para R$ 2,483 trilhões. O montante equivale a 33,1% do PIB.