O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro subiu 0,4% em junho ante maio, para R$ 3,078 trilhões, informou nesta quinta-feira, 27 o Banco Central. Em junho de 2016, o estoque de operações de financiamento estava em R$ 3,129 trilhões. Em 12 meses, houve contração de 1,6% e, no acumulado deste ano, queda de 0,9% no estoque.
Houve elevação de 0,3% no estoque de operações para pessoas jurídicas em junho ante maio, queda de 4% no ano e recuo de 7,3% em 12 meses. No caso de pessoas físicas, os dados mostraram avanço de 0,5% no saldo em junho, alta de 2,2% no ano e avanço de 4,3% em 12 meses.
De acordo com a autoridade monetária, o estoque de crédito livre avançou 0,6% no mês, caiu 1,6% no acumulado do ano e recuou 2,4% em 12 meses. Já no caso do direcionado, cresceu 0,2% em junho, caiu 0,2% no ano e teve baixa de 0,9% em 12 meses.
No crédito livre, houve alta no saldo de 0,5% para pessoas físicas no mês, alta de 1,2% no ano e avanço de 2,4% no acumulado de 12 meses. Para as empresas, no crédito livre, houve expansão de 0,8% em junho, recuo de 4,5% no ano e baixa de 7,3% em 12 meses.
PIB
O BC informou ainda que o total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) recuou ligeiramente, de 48,6% em maio para 48,5% em junho. Em junho de 2016, estava em 51,1%.
Habitação
O estoque de operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceu 0,6% em junho ante maio, totalizando R$ 551,498 bilhões. De acordo com o Banco Central, R$ 65,565 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 485,933 bilhões a taxas reguladas.
No ano até junho, o saldo das operações de crédito para habitação no segmento pessoa física subiu 3,2% e, em 12 meses, avançou 6,7%.
As operações a taxas de mercado caíram 0,8% em junho, cederam 3,6% no ano e tiveram baixa de 3% no acumulado de 12 meses. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 0,8% no mês, 4,2% em 2017 e 8,2% em 12 meses.
Já a média diária de concessões de crédito livre subiu 7,0% em junho ante maio, para R$ 12,4 bilhões, informou o Banco Central. No crédito direcionado, a média avançou 27,6%, para R$ 1,6 bilhão. Em junho de 2016, a média era de R$ 11,2 bilhões no caso de recursos livres e de R$ 1,7 bilhão no de direcionado.
No acumulado do ano até junho, a alta é de 0,9% para os recursos livres e o recuo é de 7,1% para o financiamento direcionado. Nos 12 meses encerrados em abril, as taxas são de, respectivamente, -2,6% e -14,6%.
Quando se soma o crédito livre e o direcionado, a alta das concessões médias foi de 9,0% em junho ante maio, num total de R$ 14,0 bilhões. A média diária em junho de 2016 era de R$ 12,9 bilhões. No acumulado de 2017, a alta é de 0,1% e, em 12 meses até junho, o recuo é de 4,0%.
Cartão de crédito
O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 0,4 ponto porcentual de maio para junho, informou o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 377,9% em maio (dado revisado ante os 363,3% anteriores) para 378,3% ao ano em junho. O avanço da taxa do rotativo ocorreu a despeito das novas regras de migração da modalidade, que começaram em abril.
O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 258,5% (dado revisado ante os 247,5% anteriores) para 230,4% ao ano de maio para junho.
Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura. Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 453,9% (dado revisado ante os 445,1% anteriores) para 460,7% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro caiu 1,8 ponto porcentual de maio para junho, passando de 159,6% para 157,8% ao ano.
Em abril, começou a valer a nova regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra é permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recue, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.