Após fazer doações voltadas aos atingidos pelas enchentes recorde no Rio Grande do Sul, o papa Francisco manifestou solidariedade aos gaúchos em ligação para o arcebispo metropolitano de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler. "Manifesto minha solidariedade em favor de todos que estão sofrendo esta catástrofe. Estou próximo a vocês e rezo por vocês", teria dito o pontífice ao telefone no sábado, 11.
Em vídeo, o arcebispo relatou como foi o telefonema. "Hoje, próximo do meio-dia, fui surpreendido por uma chamada telefônica do santo padre, dizendo da sua proximidade para com todos, a sua solidariedade com todos que sofrem e rezando para que juntos possamos superar esses momentos delicados que todos juntos vivemos", relatou. "Certamente, as manifestações do santo padre nos confortam e nos dão forças para avançarmos com mais determinação naquilo que precisa ser feito para mitigar o sofrimento de tantos", completou o arcebispo.
E acrescentou: "Que juntos, através de um grande mutirão, possamos reconstruir o nosso Estado, as nossas cidades, as nossas comunidades, as nossas casas, as nossas vidas."
No dia 5, domingo, o papa já havia manifestado apoio aos atingidos pela chuva extrema, os deslizamentos e as cheias nos municípios gaúchos. "Quero assegurar a minha oração pelas populações do Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, atingidas por grandes inundações. Que o Senhor acolha os mortos e conforte os familiares e quem teve que abandonar suas casas", disse aos fiéis que estavam na Praça São Pedro, no Vaticano.
Segundo a Nunciatura Apostólica do Brasil, o papa doou cerca de 100 mil euros (equivalente a mais de R$ 500 mil) à Regional Sul 3 da CNBB. A regional deverá utilizar o valor para apoiar a população afetada pelo maior desastre climático do Estado.
Mais de 2,1 milhões de pessoas foram atingidas pelas enchentes no Estado, de acordo com a Defesa Civil. O balanço das 12 horas de domingo, 12, apontava 446 dos 497 municípios gaúchos afetados.
Segundo a Defesa Civil, ao menos 81,2 mil pessoas estão desabrigadas e 538,2 mil estão desalojadas (em casas de amigos, conhecidos e desalojados).
O balanço mais recente é de 143 óbitos, mas autoridades têm destacado que os dados ainda são parciais e irão aumentar ao longo dos dias.