Deslizamentos de terra, buracos de pequeno e médio porte, tubulações antigas penduradas em barrancos, pavimentação repleta de ondulações, falta de calçada para pedestres e até trecho com risco de queda em córrego local. Estes são alguns dos problemas encontrados pela reportagem na extensão da avenida Pedro de Souza Lopes e a estrada David Correia, que ligam a Vila Galvão aos bairros Cabuçu e Recreio São Jorge.
No início da Pedro de Souza Lopes, a pavimentação ainda é boa, com poucos buracos e somente um muro que arrisca ceder na via, no trecho que beira a Fernão Dias. Porém, quando a avenida começa a cortar a Vila Galvão sentido Cabuçu, os buracos tornam-se parte da paisagem.
Considerando apenas buracos de médias proporções, com potencial para danificar veículos, a reportagem encontrou 26 ao longo das vias. Durante o trajeto, foram avistados outros cinco deslizamentos de encostas, casas com risco de desmoronarem na via, como presenciado na altura do número 4.500, pedaços de troncos na beira da pista, arrastados por deslizamentos.
Em determinado trecho, uma tubulação antiga de concreto cedeu e encontra-se pendurada às margens da via. Enquanto isso, pedestres arriscam-se na via, dividindo o espaço de tráfego com carros e caminhões, já que boa parte da Pedro de Souza Lopes e da David Correia não contam com calçada.
Já na região do Recreio São Jorge, início da David Correia, minas de água vindas da encosta da pista prejudicaram o asfalto, que conta com uma série de buracos e ondulações. Um córrego local encontra-se à beira da pista, sem proteção alguma tanto para pedestres como veículos.
Além disso, por toda a extensão é possível avistar lixo e entulho espalhado às margens das duas vias.Descaso – Dirigindo um carrinho de mão com seu material de vendas em plena via, o autônomo Francisco Brito, 42, já se acostumou a dividir o espaço com carros, caminhões e ônibus que trafegam pela via, único acesso para seu trabalho.
Sem a opção de andar pela calçada, inexistente, Brito julga como descaso da Prefeitura o estado que se encontra estas duas vias atualmente. "Estes dias um poste caiu aqui e ficamos quase 48 horas em telefone e luz. Em oito anos morando aqui, nunca vi nenhuma manutenção", reclama.
A dona de casa Noêmia dos Santos, 48, afirma não entender o motivo da falta de manutenção no local. "No caso das tubulações que caíram na via, não custava nada removerem o restante dos tubos. Não queremos esperar acontecer um acidente para tomarem providências", diz.
Noêmia teme que novos deslizamentos interditem a via, único acesso que tem aos bairros do Cabuçu e Recreio São Jorge. "Além disso, a Prefeitura deveria ter um programa para abrigar as pessoas que moram em casas interditadas. São 17 nessa situação aqui e as pessoas não vão querer ser jogadas em escolas", finaliza.
Prefeitura – O Guarulhos Hoje questionou a Prefeitura e a Proguaru sobre os diversos problemas relatados na reportagem, porém, como de praxe, até o fechamento desta edição, não houve retorno.