O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 14, que já nota otimismo sobre a economia brasileira em conversa com interlocutores estrangeiros. Segundo ele, os próprios economistas brasileiros afirmam que seus pares estrangeiros estão muito mais otimistas.
“Não é necessariamente assim, é que eles têm visão mais fria de longo prazo, estão olhando a situação da economia brasileira, e a aprovação das reformas de longo prazo”, justificou Meirelles.
O ministro prevê uma expansão de 0,5% para o Produto Interno Bruto brasileiro em 2017.
“Não temos visto necessidade hoje de alteração disso não, não se prevê grande mudança não”, avaliou.
Na visão dele, além das reformas em andamento, como a trabalhista, aprovada esta semana no congresso, o arrefecimento da inflação também é um indicador favorável. “A queda de alimentos no domicílio é importante, porque afeta diretamente a capacidade de consumo dos brasileiros”, justificou.
Quanto à Reforma Tributária, Meirelles informou que a Fazenda já tem vários estudos sobre o tema, inclusive um modelo, assim como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As conversas dentro do governo começam na próxima semana.
“Vamos começar a conversar essa semana. Está chegando na hora de começar a formatar a Reforma Tributária para começar a propô-la”, afirmou.
TLP
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles defendeu nesta sexta-feira, 14, a substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) pela nova Taxa de Longo Prazo (TLP), em operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, acendeu uma polêmica entre integrantes do governo após ter criticado abertamente em entrevista ao Broadcast a nova TLP, que entra em vigor em janeiro do próximo ano. Rabello de Castro voltou atrás e declarou esta semana que estava “totalmente vinculado à Medida Provisória que criou a taxa”, que substituirá ao longo do tempo a TJLP nas operações do banco de fomento.
Meirelles reconheceu que a TLP gera certa controvérsia entre alguns empresários, mas que a tendência é de redução na taxa de juros de longo prazo sob os novos parâmetros. O ministro garantiu que o empresário não ficará inseguro com a nova fórmula de cobrança dos juros, porque haverá mais previsibilidade.
“O custo fiscal dos últimos dez anos com TJLP foi de R$ 117 bilhões. Essa proposta resolve esse problema e dá previsibilidade”, declarou.
Meirelles participou do painel “Perspectivas Econômicas & Políticas Públicas: Desafios para o Brasil”, na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Mais cedo, o ministro esteve em almoço com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), no Palácio da Cidade, sede do governo municipal em Botafogo, zona sul da capital.
Reformas
Meirelles também disse que a atual proposta previdenciária preserva 75% dos ganhos previstos inicialmente. “Ainda está dentro de um patamar sustentável. Se aprovar, a vida da próxima administração vai ser mais fácil. Se não, o próximo governo vai ter que enfrentar isso”, afirmou, em seminário na FGV.
A previsão do ministro é que, com a aprovação de uma série de reformas, o País entrará em um período de “crescimento sustentável partir de 2019.”
Custo dos juros
Ao ser questionado sobre os efeitos nocivos dos juros sobre a economia, o ministro destacou que sente os efeitos da Selic também nas contas públicas, por isso, é favorável ao corte. “Eu tenho que gerenciar a dívida pública, que paga juros, então tem um custo fiscal. Então sou favorável a um juro baixo”, disse Meirelles.
O ministro ressalvou, no entanto, que qualquer redução da taxa de juros precisa ter consistência, para não permitir que a inflação volte a acelerar.
Meirelles participou do painel “Perspectivas Econômicas & Políticas Públicas: Desafios para o Brasil”, na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio. Mais cedo, o ministro esteve em almoço com o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), no Palácio da Cidade, sede do governo municipal em Botafogo, zona sul do Rio.