As Quatro Canções, espetáculo de estreia da nova sede das orquestras de Guarulhos com obras-primas de Heitor Villa-Lobos e Richard Strauss que aconteceu neste domingo (1º) no Teatro Padre Bento, foi marcado por aplausos fervorosos do público cativo. A chegada dos instrumentistas da Gru Sinfônica e da Orquestra Jovem à nova casa se deu pela entrada principal da plateia, tradição no meio sinfônico quando um espaço se torna referência para um conjunto orquestral.
O prefeito Guti, o vice-prefeito e secretário de Cultura, Professor Jesus, e o diretor de Eventos Culturais, Cesar Samsoniuk, prestigiaram o espetáculo de estreia da nova sede, reafirmando o compromisso da gestão com a conservação do Teatro Padre Bento, importante patrimônio histórico e cultural da cidade.
“Vocês são motivo de muito orgulho para os guarulhenses, produto tipo exportação de nossa cidade. Temos a satisfação de ver o quanto se dedicam ao repertório e ao ensino de musicalização infantil nas escolas. O resultado não poderia ser diferente: vem em forma de reconhecimento de um trabalho feito com primazia e tamanha perfeição”, disse Guti ao enfatizar a importância nacional e o valor das orquestras da cidade.
Além das orquestras, o complexo do Teatro Padre Bento também vai abrigar o corpo artístico da Banda Sinfônica Municipal de Guarulhos, coordenada pelo maestro Marcelo Mendonça, e a Roda de Choro do Samuka, coordenada pelo professor JG, que o utilizarão para ensaios, apresentações e pockets.
“A decisão de trazer as orquestras para esse espaço objetiva impulsionar as atividades artísticas e musicais em regiões descentralizadas. O Padre Bento é um teatro histórico e sua intensa utilização vai nos permitir fazer melhorias e revitalizações para receber o público de forma cada vez melhor”, comemorou Professor Jesus.
O concerto
Nesse espetáculo da série Convidados Especiais as orquestras da cidade trouxeram a soprano Tati Helene ao palco para interpretar o ciclo das Quatro Últimas Canções, peças do alemão Strauss compostas em 1948, e as canções de A Floresta do Amazonas, do brasileiro Villa-Lobos.
A apresentação desse espetáculo com a combinação das obras de Strauss e Villa-Lobos oferece ao público um novo panorama para essas produções, um encontro marcado por peças de dois grandes compositores do século XX, escritas numa mesma época e interpretadas por uma solista”, observou o maestro Emiliano Patarra, regente das orquestras.
A abertura com As Quatro Últimas Canções, de Strauss, mostrou ao público obras escritas na perspectiva de uma despedida. Aos 84 anos, já no fim da vida, o alemão se debruçou sobre composições leves e cheias de musicalidade, que evocam a beleza dos apetrechos sonoros, dados tanto pelos instrumentos da orquestra quanto pela profundidade vocal alcançada pela soprano.
As Quatro Últimas Canções foram compostas em 1948 e estão entre as últimas peças de Richard Strauss. O compositor não viveu para ouvir sua obra apresentada e, poucos anos após sua morte, tais canções já haviam se tornado das mais famosas peças do repertório lírico mundial.
Villa-Lobos
Com as composições da suíte A Floresta do Amazonas, a ambientação do teatro tornou-se festiva e calorosa e foi invadida por sonoridades brasileiras, bastante conhecidas e alinhadas ao gosto popular, muito embora a obra esteja completamente permeada com o trato sinfônico.
Composta em 1958, A Floresta do Amazonas também foi uma das últimas composições de Villa-Lobos. A peça foi comissionada pela Metro-Goldwyn-Mayer para a trilha sonora do filme Green Mansions (A Flor que Não Morreu), de Mel Ferrer, estrelado por Audrey Hepburn e Anthony Perkins.
No dia 29 de maio, às 17h, a Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos volta ao Teatro Padre Bento para concerto da série Nossa Gente e convida ao palco o artista guarulhense Victor Cali e o grupo As Despejadas, também da cidade.
Para saber mais sobre a temporada 2022 das orquestras de Guarulhos acesse https://orquestrasdeguarulhos.com/.