Dois estudantes e uma professora ficaram feridos após um aluno promover um ataque à escola Instituto Adventista de Manaus (IAM), na capital amazonense, na segunda-feira, 10. O agressor, um adolescente que não teve a identidade revelada, foi apreendido com armas brancas e um coquetel molotov, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
As três vítimas tiveram ferimentos superficiais e foram atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), informou a SSP-AM. Segundo a escola, elas passam bem.
O responsável pelos ataques foi encaminhado para a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI), onde o caso foi registrado.
Em nota, o Instituto Adventista de Manaus, que pertence a uma rede privada de ensino, lamentou o ataque e informou que a escola está fornecendo informações às autoridades para ajudar nas investigações do caso. No texto, o IAM afirmou ainda que os dois estudantes e a funcionária atingidos "passam bem", e que "as medidas administrativas em relação ao agressor estão sendo adotadas".
A secretária de Educação do Amazonas, Kuka Chaves, pediu para que as famílias também contribuam na prevenção de ocorrências do tipo, fiscalizando a movimentação dos filhos nas redes sociais e se atentando às mudanças de comportamentos em casa.
"Pedimos a parceria das famílias, para que acompanhem o que tem sido visualizado nas redes sociais, em grupos de WhatsApp, mudanças no comportamento, para verificarem as bolsas dos filhos na saída de casa, os jogos que têm consumido", disse a secretária, em comunicado publicado na noite da segunda-feira. "Somente juntos podemos avançar nessa problemática que tem atingido não apenas o nosso Estado, ou o País, mas se transformou em uma questão de atenção mundial", acrescentou a chefe da pasta que, também lamentou o ocorrido e prestou solidariedade a "toda comunidade escolar do Instituto Adventista de Manaus".
<b>Crescimento de ataques no País</b>
O ataque à escola amazonene é mais um para uma lista de episódios semelhantes que vêm acontecendo no Brasil nos últimos dias. Em 27 de março, há duas semanas, um estudante matou à facadas uma professora de 71 anos na Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo. O menor foi preso e encaminhado para a Fundação Casa.
No último dia 4, quatro crianças foram assassinadas em uma creche de Blumenau, Santa Catarina, em outro crime que chocou o País. O agressor, de 25 anos, se entregou à polícia logo depois dos ataques, que feriram outras cinco pessoas.
Nesta segunda, no mesmo dia em que o Instituto Adventista de Manaus também foi vítima desse tipo de ocorrência, a gestão Wilson Lima anunciou a criação de comitê interministerial de segurança para aumentar o monitoramento das unidades da rede estadual de ensino do Amazonas.
No anúncio, o governo afirma que este comitê, que vai trabalhar com o Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar (Nise), também atue de forma articulada com as unidades das redes municipal e privada (caso do IAM) na troca de informações para coibir novos ataques e ameaças.
Além do monitoramento feito pelo núcleo de inteligência com o fim de coibir qualquer ato de violências nos colégios, também estão previstos no plano estadual do Amazonas os trabalhos de acolhimento psicológico e psiquiátrico aos estudantes e funcionários, e atividades educacionais e pedagógicas com o intuito de inibir comportamentos transgressores dentro das escolas, como <i>bullying</i>, <i>ciberbullying</i>, racismo e uso e tráfico de drogas.
"Avançaremos em políticas voltadas para combater a violência nas escolas, a fim de que atos como este não voltem mais a acontecer, nem a fazer mais vítimas nas unidades de ensino no nosso país", afirmou Kuka Chaves em seu comunicado.