Em meio a críticas de autoridades de saúde e profissionais da educação, creches, escolas de educação infantil e ensino fundamental foram reabertas nesta segunda-feira, 26, na França, após passarem três semanas com as atividades suspensas por conta da pandemia de covid-19.
Essa é a primeira fase da reabertura escolar e representa um retorno de cerca de 6,5 milhões de alunos às escolas.
Na próxima segunda-feira, 3, está prevista a volta às aulas de alunos do ensino médio. Nesta data, cerca de 5,7 milhões de estudantes retornarão às atividades presenciais.
O retorno escolar, estimulado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ocorre no momento em que o vírus continua circulando ativamente no país, com um número de pessoas na UTI maior que o da segunda onda.
No último domingo, 25, a média de casos semanais caiu abaixo de 30.000 pela primeira vez em mais de um mês. Quando o bloqueio começou, a média de novos casos por semana estava em 38.000.
Segundo afirmou Macron, o retorno à escola ajudaria a combater a desigualdade social, permitindo que os pais que lutam para pagar por creches voltem a trabalhar, mas os sindicatos alertaram que novas infecções levariam a uma "enxurrada" de fechamento de salas de aula.
No sofisticado subúrbio de Neuilly-sur-Seine, em Paris, os alunos usavam máscaras faciais e esfregavam álcool gel nas mãos enquanto passavam pela porta da frente da escola primária Achille Peretti. Um pôster lembrou os jovens de ficarem a um metro de distância.
Em seu editorial no último domingo, o jornal <i>Libération</i> comparou o retorno escolar a uma roleta russa, "mas com a diferença enorme que o carregador do revólver está carregado com todas as balas".
De acordo com o texto, o risco sanitário para os professores e os alunos continua exatamente o mesmo, pois "nada foi feito durante as três semanas de suspensão para criar protocolos realistas e seguros", critica.
<b>Vacinação</b>
Desde o último sábado, 24, pessoas com mais de 55 anos de idade começam a ser vacinadas na França. Até quarta-feira, 21,19,8% dos franceses haviam recebido a primeira dose de um imunizante contra a covid-19, e 7,5% as duas doses.
Segundo o jornal, 87% dos profissionais de educação do país ainda não têm prioridade para a vacinação. (Com agências internacionais)