Estudo encabeçado pelo sanitarista Josué Moraes apontou a presença de parasitas e animais que infectam os humanos em 75% das áreas públicas destinadas a praças e parques de toda cidade. A pesquisa foi dividida em 47 distritos do município e contabilizou cerca de 150 locais. O resultado obtido coloca Guarulhos entre as cidades com maior índice de contaminação de solo do mundo.
Segundo Moraes, a contaminação ambiental está associada a população animal e o risco que oferece para a população humana. Ele também ressaltou que a ênfase deste trabalho está voltada para as questões que envolvem a saúde pública. O percentual revelado foi baseado em pesquisas literárias nacionais e internacionais sobre o assunto.
"A nossa ênfase foi na questão da saúde pública. O que nos surpreendeu foi que dessas amostras que coletamos 75% estava contaminada com esses parasitas que eventualmente podem infectar os humanos", explicou Moraes.
Para ele, o maior agravante, segundo dados coletados, está voltado para o risco de contração de infecção das pessoas por esses parasitas, através da pele ou os que possam atingir os órgãos. O mesmo cita estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) que prevê o limite entre população humana e animal em até 10%. Ou seja, Guarulhos poderia contar com uma população animal de quase 130 mil.
"Guarulhos, segundo estimativas do Instituto Pasteur (da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo), está com essa população entre 15% e 20% em relação a humana. Estamos com praticamente o dobro. O município deveria ter um controle da população animal. Os animais têm que ser registrados e isso é lei. Você é obrigado a tirar o RGA (Registro Geral de Animais)", alertou.
Em contrapartida, a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde, afirma que faz o controle da população animal, por meio de castração e atividades de educação sobre a guarda responsável de cães e gatos, registro e identificação de animais, além de atuar em conjunto com as entidades de proteção para conscientização sobre os cuidados com os animais. Já a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo preferiu não se pronunciar.
"Nós não estamos vendo a municipalidade fazendo campanhas educativas em relação a isso. Em 2002 teve um trabalho publicado, aqui, em Guarulhos, com amostras de fezes de animais e constataram que já estava com índice de contaminação relativamente elevado. Nós estamos em 2015 e até agora nada foi feito", finalizou.