Saúde

Estudo aponta que luz piora crises de enxaqueca em até 40% dos casos

Problemas de visão podem dificultar o controle das crises de enxaqueca nos pacientes

A exposição prolongada ao barulho e a luz intensos, em especial à luz do sol foi relatado como desencadeador de crises de enxaqueca em 30% a 40% dos casos, segundo estudo coordenado pelo neurologista Élcio Juliato Piovesan, da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

Pacientes com enxaqueca apresentam uma maior suscetibilidade a estímulos externos. No período entre as crises ou durante, esse perfil de paciente é mais suscetível a luminosidade. De acordo com Piovesan, isso acontece porque os pacientes com enxaqueca apresentam um estado de sensibilidade maior. "A luz é um estímulo externo que acentua esta hipersensibilidade que o paciente apresenta e a região do cérebro que é mais sensível a estas alterações é o lobo occipital – responsável por processar os estímulos visuais", explica.

Algumas doenças no olho que levam a cegueira, principalmente o glaucoma agudo, estão associadas a dores na cabeça ou no olho, mas as características clínicas dessa dor diferem de enxaqueca. "As cefaleias causadas por problemas de visão causam cefaleias secundárias que são muito diferentes das cefaleias primárias, como é o caso da enxaqueca".

Ainda segundo o neurologista, o que pode acontecer é que um paciente com enxaqueca que apresentar um problema visual pode ser mais difícil controlar as crises de enxaqueca. "Muito facilmente quando corrigimos os erros visuais o paciente melhora a enxaqueca", complementa.

Existem algumas formas de prevenir a fotofobia (aversão à luz). Medicamentos que aumentam a resistência do lobo occipital devem ser as medidas mais adequadas e, em casos agudos, a limitação a exposição a luz auxiliam no tratamento.

Entenda a doença

A enxaqueca é uma patologia que apresenta três fases:

Premonitória: ocorrem sintomas que antecedem as dores de cabeça entre 6h e 48hs antes do início da cefaleia. Os sintomas podem ser fotofobia (aversão à luz) e osmofobia (aversão a odores).

Aura: manifestação clínica em que o paciente apresenta alterações visuais que antecedem a dor de cabeça do paciente em até 60 minutos. A aura visual tem uma duração entre 5 minutos até 60 minutos.

Cefaleia: a dor de cabeça da enxaqueca tem duração de 4h a 72hs nos adultos e de 2h a 48hs na faixa pediátrica (até 14 anos). A cefaleia é latejante, com náuseas e vômitos, foto e fonofobia (aversão a sons) e piora quando se anda, corre ou pratica atividades físicas.

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