Estudo da UFPR indica que jogos com torcida só poderão ser disputados após vacina

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná apontam que o retorno dos torcedores aos estádios de futebol do Brasil, sem maiores riscos, ainda pode demorar para acontecer. De acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira, a presença da torcida nas arquibancadas só deve acontecer após as descobertas de uma vacina ou de um medicamento retroviral contra a covid-19.

Os autores do estudo são o professor Fernando Mezzadri e o advogado Paulo Schimitt, coordenador da comissão de integridade da Federação Paulista de Futebol. Mezzadri é doutor em educação física e lidera o projeto de pesquisa "Inteligência Esportiva", uma parceria do Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS), da UFPR, e a Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania.

Na pesquisa, eles desenharam quatro possíveis cenários para a retomada do esporte nacional, sendo o primeiro o mais restritivo de todos e o quarto, o de abertura total à prática esportiva e disputa das competições oficiais.

Neste cenário, de retomada completa das atividades da sociedade, eles apontam a necessidade de uma vacina ou remédio contra o novo coronavírus para que a torcida possa voltar aos estádios sem preocupações.

"A retomada total das atividades esportivas e competições só será possível com a existência de medicamento retroviral eficaz ou vacina que previna e proteja tanto os praticantes/atletas quanto os espectadores", apontam os autores no estudo.

Mezzadri, que já foi consultor da Unesco sobre políticas públicas de controle de dopagem, acredita que muitas adaptações precisarão ser feitas para que o futebol possa retomar sua rotina de campeonatos.

"Tanto os atletas quanto as pessoas (torcedores) devem fazer os testes como uma forma de controle e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno as competições pelo atual estágio da pandemia no Brasil", disse o professor, em entrevista ao site da UFPR.

Os pesquisadores chegaram a estas conclusões a partir das orientações das autoridades mundiais na área de saúde, epidemiologia e higiene e também a partir de um ciclo de debates semanais realizados no canal do YouTube do grupo.

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