Os preços do etanol estão mais competitivos em Mato Grosso do que em São Paulo desde o final de julho. Por ser o maior produtor nacional, São Paulo costuma ter a melhor relação etanol/gasolina, mas a estiagem no início do ano reduziu a oferta e há sete semanas o consumidor mato-grossense tem mais vantagem em abastecer seu carro com álcool do que o paulista.
De acordo com José Dirlei Marcello, gerente de planejamento da SCA, uma das maiores comercializadoras de etanol do País, “o produtor (de São Paulo) sabe que neste ano terá menos produto disponível para colocar no mercado” e por isso controla a oferta, reduzindo a pressão que a safra tradicionalmente exerce sobre as cotações. Mato Grosso contou com clima favorável às lavouras durante todo o ciclo, além de ser “superavitário” no que diz respeito à produção de álcool, diz Marcello.
De fato, o Estado do Centro-Oeste já fabricou 1,10 bilhão de litros de etanol hidratado no acumulado da atual safra, iniciada em abril. O volume é inferior aos 1,50 bilhão de litros observados em igual período do ciclo passado, mas fica bem acima dos 480 milhões de litros da demanda local, diz Jorge dos Santos, diretor executivo do Sindalcool, o sindicato das indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso.
Marcello, da SCA, explica que esse excedente é comercializado principalmente em São Paulo. Mas para assegurar mercado no Estado, os preços do biocombustível são reduzidos para que o produto seja competitivo.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana encerrada em 6 de setembro o preço do álcool equivalia a 60,31% do preço da gasolina em Mato Grosso, enquanto a relação em São Paulo estava em 65,54%. O preço médio do etanol ao consumidor nesses Estados eram, respectivamente, R$ 1,831 e R$ 1,868 por litro.