Os preços do etanol hidratado comercializado nos postos brasileiros subiram em 24 Estados brasileiros e no Distrito Federal (DF) na semana passada, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Na média dos estabelecimentos pesquisados o reajuste foi de 8,86% sobre a semana anterior. Apenas em Roraima houve recuo no etanol, de 2,17% na semana passada, e a ANP não divulgou os preços nos postos do Amapá.
O período foi marcado pelo repasse aos estabelecimentos do reajuste do PIS/Cofins sobre o etanol hidratado, de R$ 0,2073 por litro, anunciado em 20 de julho. No entanto, na sexta-feira (28) o governo reduziu em R$ 0,08 o tributo por litro por detectar que o primeiro aumento poderia ferir os limites estabelecidos em lei. Essa queda não foi aferida no levantamento da ANP.
Em São Paulo, principal Estado produtor e consumidor, a cotação média do hidratado disparou 10,85% na semana passada, de R$ 2,148 para R$ 2,381 o litro, e, no período de um mês, a alta é de 5,49%. O maior aumento do etanol na semana passada, de 13,85%, foi em Mato Grosso, seguido por São Paulo (10,85%) e Goiás, com 10,10%. Todos esses Estados são grandes produtores de etanol.
A maior alta mensal também foi em Mato Grosso, de 10%. A alta média de 8,86% nos preços do etanol no País na semana passada fez com que o preço médio acumulasse aumento de 4,85% no período de um mês.
No Brasil, o preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 1,839 o litro, em São Paulo, e o máximo foi de R$ 4,24 o litro, no Rio Grande do Sul. O menor preço médio estadual foi de R$ 2,381 o litro, em São Paulo, e o maior preço médio foi verificado no Acre, de R$ 3,649 o litro.
Competitividade
Os preços médios do etanol hidratado continuaram competitivos com os da gasolina apenas em São Paulo e em Mato Grosso, segundo dados da ANP compilados pelo AE-Taxas. O levantamento foi o primeiro realizado após aumento no PIS/Cofins sobre gasolina e etanol e considera que o combustível de cana, por ter menor poder calorífico, tenha um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso.
Em Mato Grosso, onde o etanol está mais competitivo, o combustível é vendido em média por 64,52% do preço da gasolina. Em São Paulo a paridade está em 67,78%. Em Minas Gerais, com paridade em 70,44%, praticamente não há vantagem econômica para o uso de um combustível em relação ao outro.
A paridade nesses três Estados foi mantida mesmo com a alta no PIS/Cofins sobre o etanol hidratado, em 20 de julho, já que o tributo sobre a gasolina também subiu. No entanto, é possível que o bicombustível ganhe vantagem sobre a o combustível de petróleo no levantamento desta semana, o primeiro a captar a queda de R$ 0,08 por litro do PIS/Cofins sobre o hidratado, anunciada na última sexta-feira.
A gasolina continua mais vantajosa principalmente em Roraima. Naquele Estado, onde não há fabricação de álcool e há uma dificuldade logística para o recebimento do combustível das regiões produtores, o preço do etanol custa 97,91% do cobrado em média pela gasolina.