Cidades

Eu roubo e você também, que mal tem?… Não!

“Eu roubo e você também, que mal tem? A gente fica quieto e ninguém conta para ninguém”. Esta parecia ser a lógica que deveria manter tudo como está entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB). Mas a coisa saiu do controle dos dois que, agora, tentam derrubar um ao outro evidenciando os desmandos que os agora adversários praticaram. 
 
De forma rasteira, tudo que envolve os bastidores da política nacional não passa de um grande banho de lama, muito maior do que aquele que vazou da represa de Mariana, Minas Gerais, e devastou toda a região. A lama de Brasília é pior, já que devasta o país. A economia parou. Não se fala mais de recessão, mas sim de depressão, uma situação em que o Brasil começa a andar para trás. 
 
Diferente da recessão, em que os problemas temporais podem ser superados em pouco tempo de crescimento econômico, a depressão pode levar décadas para recompor as perdas acumuladas neste período. Ou seja, não dá mais para permanecer como está. 
 
Se Eduardo Cunha se tornou, para muitos, o inimigo número 1 do Brasil, a partir de uma série de denúncias quase que indefensáveis, que ele pegue o boné e peça para sair. Não tem mais condições morais para conduzir qualquer processo no Legislativo. 
 
Da mesma forma, a presidente precisa perceber que – seja por omissão ou por incompetência – levou o Brasil a bancarrota e não tem mais condições políticas para virar o jogo. Tanto é assim que, somente o anúncio de abertura do processo de impeachment na semana passada, fez com que alguns indicadores econômicos melhorassem. A Bolsa de Valores apresentou índices positivos, enquanto o dólar começou a apresentar queda, numa demonstração de que o mercado espera pela saída dela do cargo. 
 
A Argentina já decidiu mudar os rumos ao eleger um novo presidente, contrário à linha daquela que levou o país vizinho à recessão. Até a Venezuela, onde o processo de ditadura de esquerda crescia, determinou uma grande derrota ao movimento chavista neste final de semana. E o Brasil? Vai esperar o que? Não dá para deixarmos qualquer um dos lados apagarem as luzes. Chega dessa história de ataques mútuos, em que as defesas não passam de ataques aos adversários. Vamos olhar para frente e vislumbrar o melhor para o nosso país.  
 

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