Estadão

EUA acusam Coreia do Norte de enviar armas para a Rússia

Os americanos acusaram a Coreia do Norte de enviar secretamente projéteis de artilharia em "número significativo" para a Rússia, dando suporte bélico a Moscou em sua ofensiva na Ucrânia. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, afirmou que o regime norte-coreano tem tentado fazer parecer que as armas estão sendo enviadas para países do Oriente Médio e do Norte da África.

De acordo com Kirby, porém, o destino seria o território russo. Ele rejeitou fornecer uma estimativa específica sobre a quantidade de armamentos enviada à Rússia. "(A Coreia do Norte) está fornecendo secretamente (munição para a Rússia), mas ainda estamos monitorando isso para determinar se as remessas são realmente recebidas", afirmou.

Kirby acrescentou ainda que os EUA têm "uma ideia" de qual país ou países Pyongyang está usando como "canal" para enviar as armas, mas não especificou, pois o governo americano continua analisando como pode responder às ações. A Casa Branca também não especificou o modo de transporte ou se os EUA ou outras nações tentariam impedir os embarques para a Rússia.

<b>DRONES</b>

"Não acreditamos que eles (os armamentos) estejam em tal quantidade que mudem a direção desta guerra ou mudem o impulso ucraniano no leste ou no sul, onde alguns dos combates mais pesados na Ucrânia estão ocorrendo", disse Kirby.
A descoberta ocorre depois que o governo do presidente americano, Joe Biden, disse em agosto que os militares russos receberam centenas de drones fabricados pelo Irã para uso no campo de batalha na Ucrânia.

Os EUA disseram que o Irã também enviou pessoal para a Crimeia, controlada pela Rússia, para fornecer suporte técnico na operação dos drones. Autoridades iranianas negam ter fornecido drones ou qualquer outro tipo de apoio à Rússia.

A Coreia do Norte tenta estreitar as relações com a Rússia à medida que grande parte do Ocidente se afastou do país, culpando os EUA pela crise na Ucrânia e condenando a "política hegemônica" do Ocidente para justificar a ação militar de Moscou no Leste Europeu.

Os norte-coreanos demonstraram interesse em enviar trabalhadores da construção civil para ajudar a reconstruir territórios ocupados pelos russos no leste da Ucrânia.

O embaixador da Coreia do Norte em Moscou se reuniu com enviados de dois territórios separatistas apoiados pela Rússia na região de Donbas, na Ucrânia, e expressou otimismo sobre a cooperação no "campo da migração laboral", citando a flexibilização dos controles pandêmicos nas fronteiras de seu país.
Em julho, a Coreia do Norte se tornou a única nação, além de Rússia e Síria, a reconhecer a independência dos territórios de Donetsk e Luhansk, alinhando-se ainda mais com a Rússia sobre o conflito na Ucrânia.

<b>ARMA NUCLEAR</b>

Os EUA e a Coreia do Sul advertiram ontem a Coreia do Norte de que o uso de qualquer tipo de arma nuclear contra Seul ou outros aliados regionais resultaria no fim do regime de Kim Jong-un.

A Coreia do Norte lançou mais de duas dúzias de mísseis nos últimos dois dias em resposta aos exercícios militares dos EUA e da Coreia do Sul, que começaram na segunda-feira. Os lançamentos levaram os sul-coreanos a procurar abrigo e desgastaram ainda mais os nervos de uma população que já lamentava a perda de mais de 150 pessoas em um tumulto no Halloween.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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