Um dia após as tensões entre policiais e ativistas no campus da Universidade de Virgínia, a cidade de Charlottesville planeja marcar a passagem de um ano do encontro de supremacistas brancos com um protesto contra o ódio racial neste domingo. Mas a cerca de 185 quilômetros, em Washington, o principal organizador do evento “Unir a direita” do ano passado, Jason Kessler, realizará uma “uma marcha pelos direitos civis brancos”, e a polícia se prepara para multidões de manifestantes contrários.
Kessler, que abandonou sua proposta de promover a marcha em Charlottesville, disse em seu pedido de permissão que espera de 100 a 400 pessoas em seu evento na tarde deste domingo no Lafayette Park, em frente à Casa Branca. Mas esse número pode ser menor em virtude dos protestos contrários. Algumas figuras do movimento nacionalista branco dos EUA disseram que não vão participar ou encorajaram os seus apoiadores a se afastarem.
O Serviço Nacional de Parques também deu permissão para eventos organizados pelos grupos DC Unido contra o Ódio, pelo Black Lives Matter de Nova York, entre outros. Autoridades do governo e da polícia em Washington expressaram confiança de que a cidade pode administrar os eventos sem violência; o prefeito e o chefe de polícia prometeram uma massiva mobilização de segurança para manter os grupos de manifestantes separados.
Na noite de sábado no campus da Universidade da Virginia, a polícia teve um breve e tenso confronto com estudantes e outros ativistas irritados com a forte presença de forças de segurança. Eles apresentaram uma faixa com os dizeres “No ano passado eles vieram com tochas. Este ano eles chegaram com distintivo” e “Por que você está usando equipamento anti-tumulto? Não vemos nenhum tumulto aqui.” Mais de 200 pessoas marcharam para outra parte do campus, onde muitos gritaram contra uma fileira de oficiais.
No ano passado, em 12 de agosto, centenas de nacionalistas brancos – incluindo neonazistas, skinheads e membros da Ku Klux Klan – tomaram Charlottesville em parte para protestar contra a decisão da cidade de remover monumento ao general confederado Robert E. Lee de um parque. Confrontos violentos irromperam entre os participantes e manifestantes contrários naquele dia. Autoridades eventualmente forçaram a multidão a se dispersar, mas um carro mais tarde se lançou contra uma multidão de manifestantes pacíficos contrários aos supremacistas brancos, matando Heather Heyer, de 32 anos. Um helicóptero da polícia estadual caiu depois, causando a morte de dois soldados. Fonte: Associated Press.