O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) confirmou nesta terça-feira, 12, a infecção por zika vírus de um morador da região de Houston, no Estado americano do Texas, que havia recentemente voltado de uma viagem pela América Latina. Segundo o órgão de saúde do condado de Harris, o turista visitou El Salvador, país da América Central com casos confirmados da doença.
O órgão americano afirmou que 22 casos de infecção por zika vírus já foram registrados nos Estados Unidos desde 2007, todos importados, registrados entre turistas americanos que regressavam ao país vindos de nações com a presença do vírus. O CDC informou ainda estar recebendo amostras de viajantes que adoeceram recentemente para que elas passem por testes de diagnóstico da doença.
Ainda não há indicação de que o zika esteja se espalhando pelo território americano, mas o país aumentou o alerta em dezembro, após Porto Rico, território americano no Caribe, registrar o primeiro caso de transmissão local da doença.
Para o infectologista do Instituto Emílio Ribas Jean Gorinchteyn é natural que, com o grande fluxo de viajantes no mundo, casos de zika vírus passem a ser registrados cada vez em mais localidades. “Vivemos em um mundo globalizado e com facilidade para os deslocamentos aéreos. O zika vírus não está confinado na América do Sul; ele já está na América Central e nada mais certo do que chegar aos Estados Unidos”, diz.
O especialista afirma que é possível até mesmo que o território americano registre casos autóctones (de transmissão local) da doença. “Todo lugar que tem tanto Aedes quanto pessoas que viajam estão sujeitos a esse risco. E algumas áreas dos Estados Unidos já têm essas condições. Basta lembrar que a Califórnia recentemente teve um surto de dengue. Isso quer dizer que há mosquitos lá”, lembra.
O médico ressalta também que, embora o zika vírus esteja relacionado com a ocorrência de microcefalia, ele é muito menos letal do que a dengue.