Seguindo a agenda de combate à crise econômica do presidente Joe Biden, o governo americano anunciou na tarde desta sexta-feira, 22, a elevação, em 15%, dos benefícios pagos pelo Programa de Assistência à Nutrição Suplementar (SNAP, na sigla em inglês). Principal estratégia dos Estados Unidos para combater a fome há décadas, o programa fornece assistência na compra de alimentos para cidadãos de baixa renda.
O valor pago atualmente varia de acordo com a renda familiar e o número de filhos, aos moldes do "Bolsa Família" brasileiro.
Segundo o novo Diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Brian Deese, a medida é emergencial e não substitui a necessidade de aprovação, pelo Congresso, do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão de dólares proposto por Joe Biden na semana passada.
"Quase 30 milhões de americanos não tinham comida na mesa, na semana passada. Vamos aumentar os benefícios em 15%, assim, conseguir ajudar pelo menos 12 milhões de cidadãos", informou em coletiva de imprensa. Com as novas regras, famílias com até três filhos receberão um adicional de pelo menos US$ 100 , informou Deese. "O povo está sofrendo e não pode esperar a aprovação do pacote fiscal", completou.
Na sua primeira coletiva de imprensa, o Diretor do Conselho Econômico afirmou ainda que a economia americana está um momento "muito precário", que pede "ações decisivas" para apoiar a retomada das atividades produtivas.
"Queremos mudar o curso da pandemia e apresentar uma ponte para a recuperação econômica", declarou Deese nesta tarde. Segundo ele, o governo federal vai trabalhar para que todos os americanos tenham acesso a pelo menos um benefício neste momento de crise.
<b>Pacote fiscal</b>
Em linha com todos os membros do governo, Deese reforçou a defesa do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão e disse que, no domingo, vai ligar para vários senadores negociando a aprovação do texto. Biden tem maioria estreita no Senado, de apenas um voto, o que reforça a necessidade de articulação política para emplacar as pautas da Casa Branca.
"Vamos ouvir, também, líderes de pequenas empresas para melhorar a distribuição do apoio fiscal. Hoje, muito dinheiro não chega na ponta", declarou ele, em crítica indireta à administração do ex-presidente Donald Trump. "Negócios pertencentes a negros, latinos e asiáticos e afro-americanos foram completamente excluídos."