Os EUA liberaram nesta quarta-feira os três últimos prisioneiros do Centro de Detenção de Parwan, no Afeganistão, encerrando a operação de prisões americanas no país depois de mais de uma década de guerra, informou o Pentágono.
Dois dos detidos, incluindo Redha Al-Najar, foram transferidos para custódia do Afeganistão para serem possivelmente processados, enquanto o terceiro não foi considerado uma ameaça e está em busca de reassentamento em outro país.
Em 2002, Al-Najar foi vítima de técnicas de “interrogatório forçado” da CIA, de acordo com o relatório do Comitê de Inteligência do Senado recém-lançado. O documento diz que Al-Najar, ex-guarda-costas de Osama bin Laden, foi detido na prisão chamada de Salt Pit, no Afeganistão.
Seu interrogatório incluiu “isolamento em local escuro, diminuição na qualidade da comida, mantê-lo a uma temperatura desconfortável (frio), reprodução de música 24 horas por dia e mantê-lo algemado e encapuzado”, diz o relatório. Ele também foi deixado pendurado com os pulsos algemados durante 22 horas por dia durante dois dias, teve de usar uma fralda e não tinha acesso às instalações sanitárias.
Segundo o relatório, depois de um mês, Al-Najar era “claramente um homem quebrado” e “à beira do colapso total.” Um cabo da CIA disse que Al-Najar estava disposto a fazer o que os oficiais da CIA pedissem.
Autoridades norte-americanas estavam trabalhando para transferir todos os prisioneiros restantes no Afeganistão antes do final deste ano, quando a missão de combate dos EUA no país termina.
Em um comunicado nesta quarta-feira, Myles Caggins, porta-voz do Pentágono, disse que, após análise cuidadosa, os EUA transferiram o último prisioneiro sob custódia dos americanos no Afeganistão. “O Departamento de Defesa não opera mais instalações de detenção no Afeganistão nem mantém a custódia de quaisquer detidos” disse Caggins, acrescentando que o governo do Afeganistão será responsável por quaisquer instalações de detenção. Fonte: Associated Press.