O presidente norte-americano, Joe Biden, pressionou no domingo, 14, por uma resposta diplomática internacional e pediu cautela ao governo de Binyamin Netanyahu após os ataques sem precedentes do Irã a Israel, na noite anterior. O governo dos Estados Unidos tenta impedir que as hostilidades se transformem numa guerra aberta que poderia envolver todo o Médio Oriente e arrastar os EUA.
Desde a noite de sábado, segundo o jornal <i>The New York Times</i>, o presidente Biden e sua equipe têm alertado Israel de que sua defesa bem-sucedida contra os ataques aéreos iranianos, que causaram danos mínimos, constituiu uma grande vitória estratégica e o país não precisa necessariamente revidar.
A intercepção de quase todos os 330 drones e mísseis disparados contra Israel demonstrou, segundo o governo Biden, que o país saiu na frente no seu confronto com o Irã e que provou aos inimigos a sua capacidade de se proteger juntamente com os aliados norte-americanos.
Não ficou claro se o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e seu governo concordaram. O gabinete de guerra de Israel reuniu-se no domingo para discutir possíveis respostas.
Embora os membros do gabinete não tenham emitido uma declaração formal, uma fonte israelense familiarizada com as discussões indicou ao <i>NYT</i> que Israel responderia sem dúvida, embora não se soubesse quando e como. Os militares ainda precisam detalhar as opções possíveis, segundo a fonte.
As autoridades israelenses anunciaram no domingo, porém, que relaxariam as restrições às atividades educacionais e às grandes reuniões que foram decretadas antes do ataque, uma possível indicação de que não esperam que o confronto se agrave por enquanto.
<b>Aviso</b>
Segundo militares israelenses, 99% dos drones e mísseis balísticos e de cruzeiro foram derrubados graças à coordenação com EUA, Reino Unido e Jordânia. O ataque foi sinalizado a países da região, incluindo Turquia, com 72 horas de antecedência.
Esses países, por sua vez, avisaram os EUA e houve tempo hábil de preparar as defesas aéreas de Israel. Enquanto o Irã declarava que havia concluído seus ataques com sucesso, Israel celebrava o fato de ter conseguido repelir a ofensiva.
Autoridades dos EUA e do Ocidente preveem que Israel responderá. Mas disseram esperar que seja uma resposta calibrada e que ambos os países saiam com uma sensação de vitória, limitando os movimentos de escalada.
Os líderes do grupo das 7 principais democracias industriais (G7) ecoaram a mensagem de Biden no domingo, condenando o Irã pelo ataque e alertando que este poderia provocar o que chamaram de "escalada regional incontrolável".
O representante norte-americano na ONU Robert Wood disse ao Conselho de Segurança no domingo, durante uma reunião de emergência, que o objetivo dos EUA era "diminuir a escalada" e voltar a garantir o fim do conflito em Gaza. Wood também pediu ao Conselho que condenasse inequivocamente as ações do Irã.
Um funcionário do alto escalão americano afirmou a jornalistas que os EUA não participarão de nenhum possível contra-ataque de Israel contra o Irã.
As autoridades dos EUA também estão enviando mensagens em particular, pedindo a Israel que limite sua retaliação e esfrie as tensões regionais.
Na reunião do Conselho de Segurança, o embaixador de Israel, Gilad Erdan, afirmou que a ofensiva iraniana "ultrapassou todos os limites" e que seu país se reservava ao "direito legal de retaliar".
O embaixador do Irã, Amir Saeid Iravani, por sua vez, disse que Teerã atacou em legítima defesa após o atentado do dia 1.º ao complexo de sua embaixada em Damasco, que matou militares iranianos de alto escalão.
<b>Isolamento</b>
As autoridades israelenses afirmaram que a defesa coordenada com os EUA e outros países mostrou que Israel pode superar o isolamento diplomático causado pela guerra em Gaza. "O mundo está contra o Irã", disse o membro do gabinete de guerra Benny Gantz. "É uma conquista estratégica que temos de aproveitar para a segurança de Israel."
Em questão de horas, os analistas disseram que Israel parece ter recuperado amplamente sua posição na comunidade internacional, prejudicada pelo número de mortes de civis em Gaza e suas restrições à entrega de ajuda ao enclave. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>