A economia dos EUA contraiu no primeiro trimestre deste ano diante das condições meteorológicas ruins e do dólar fortalecido, o que gerou redução no consumo de bens dos norte-americanos, de acordo com o Departamento de Comércio.
A segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano recuou à taxa anualizada de 0,7% no primeiro trimestre. O dado veio melhor do que as projeções dos economistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam queda de 1%. Na primeira estimativa, o PIB tinha crescido 0,2% entre janeiro e março deste ano.
A queda marcou a terceira contração trimestral desde que a economia saiu da recessão em meados de 2009 e mostrou como a maior economia do mundo continua vulnerável a choques enquanto se esforça para recuperar o seu vigor.
A mais recente retração veio após novos dados mostrarem um déficit comercial maior e um ritmo mais lento de contratação das empresas do que as estimativas anteriores, menor demanda nos pedidos às indústrias e aos fornecedores de serviços. Contribuiu ainda para este cenário negativo, o fraco gasto do consumidor e a desaceleração do investimento empresarial.
Os gastos dos consumidores, que representam mais de dois terços da produção econômica, cresceram a uma taxa de 1,8% no primeiro trimestre, ante crescimento de 1,9% na primeira estimativa, e abaixo da expansão de 4,4% no quarto trimestre. A despesa das famílias com itens manufaturados foi a mais fraca em quase quatro anos no primeiro trimestre.
O investimento das empresas – que reflete os gastos com construção, máquinas e pesquisa e desenvolvimento – caiu 2,8%. Esse foi o maior declínio desde o final de 2009.
Já as exportações declinaram 7,6%, mais do que a estimativa anterior, de queda de 7,2%. As exportações de bens caíram 14%, a maior queda em seis anos.
Por sua vez, os gastos do governo caíram 1,1%, ante queda de 0,8% reportada na primeira estimativa.
“As contrações trimestrais geralmente são raras durante as expansões, mas em quase seis anos desde a última recessão, as contratações têm travado o progresso”, de acordo com o Departamento do Comércio. A economia norte-americana contraiu 2,1% no primeiro trimestre de 2014 antes de saltar para no resto do ano. No primeiro trimestre de 2011, a economia encolheu 1,5% e, em seguida, se recuperou.
Em comparação com o ano anterior, a economia dos EUA cresceu 2,7% no primeiro trimestre, embora esse número seja alto por conta da forte contração que ocorreu no primeiro trimestre de 2014.
O relatório divulgado hoje também ofereceu a primeira estimativa de lucros corporativos para o trimestre. Segundo o Departamento de Comércio, os lucros após impostos, sem avaliação de estoques e ajuste de consumo de capital, cresceu 3,1% em relação ao quarto trimestre de 2014. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os lucros subiram 9,2%.
A maioria dos economistas esperam que a economia se recupere ao decorrer do ano de 2015 e os primeiros sinais já apontam para uma ligeira retomada, com projeção de crescimento no segundo trimestre de 2%.
Autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que avaliam uma elevação dos juros básicos ainda este ano, indicam que enxergam esta retração como temporária. A autoridade monetária tem apostado que a economia supere esses obstáculos e retome o crescimento. Fonte: Dow Jones Newswires.