Estadão

EUA planejam construir porto em Gaza para massificar envio de ajuda

Os EUA planejam construir um porto temporário na Faixa de Gaza com o objetivo de aumentar o fluxo de ajuda humanitária aos palestinos. Funcionários do governo americano disseram, sob condição de anonimato, que a operação não requer a presença de tropas para montar o píer, que permitirá a entrega de alimentos, remédios e outros itens essenciais por navio.

Biden tem sido pressionado pela ala mais à esquerda do Partido Democrata pelo apoio a Israel. Ainda não se sabe quando a construção vai começar, qual é o prazo para que o porto temporário esteja em operação e nem a localização. "Não estamos esperando pelos israelenses. Este é o momento da liderança americana", afirmou uma autoridade da Casa Branca ao jornal britânico <i>The Guardian</i>, refletindo a crescente frustração em Washington com relação à ajuda insuficiente enviada aos palestinos.

"O presidente Joe Biden deve instruir as Forças Armadas dos EUA a realizar uma missão de emergência para estabelecer um porto em Gaza, trabalhando em parceria com países com ideias semelhantes e parceiros humanitários", disse a autoridade americana.

<b>Pressão</b>

A morte de mais de 100 palestinos que cercavam um comboio humanitário, na semana passada, aumentou a pressão por mais ajuda ao enclave sitiado por Israel. Recentemente, os EUA começaram a lançar água e comida de aviões para Gaza. Ao todo, já foram três lançamentos aéreos. "O fluxo de ajuda não é nem de longe suficiente. Vidas inocentes estão em risco. Não ficaremos parados até conseguirmos que mais ajuda chegue", afirmou Biden, ao anunciar que os EUA lançariam ajuda humanitária de aviões.

Na ocasião, o presidente americano mencionou pela primeira vez a possibilidade de abrir um corredor marítimo no esforço para reduzir o drama humanitário em Gaza. "Vamos procurar abrir outros caminhos, incluindo possivelmente um corredor marítimo", disse.

A ONU tem alertado repetidamente para o risco de fome no enclave, onde a guerra iniciada pelo ataque terrorista do Hamas já deixou mais de 30 mil mortos. A crise humanitária elevou a pressão internacional por um cessar-fogo, mas até agora não houve acordo e as conversas só devem ser retomadas na semana que vem.

Com esse cronograma, a perspectiva de uma pausa nos combates até o começo do Ramadã – feriado muçulmano que este ano será celebrado a partir do domingo, 10 – se torna praticamente impossível.

<b>Protesto</b>

Internamente, as críticas ao apoio dos EUA a Israel se transformaram em votos de protestos contra Biden nas primárias democratas. O movimento pelo voto "não comprometido" começou em Michigan e se espalhou entre os Estados que votaram na Superterça. Em Minnesota, a opção "nenhum candidato" teve quase 20% dos votos, o suficiente para eleger 5 delegados sem filiação a candidatos para a Convenção Nacional Democrata, de 19 a 22 de agosto.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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