Os Estados Unidos planejam pedir um comprovante de vacinação completa contra a covid-19 para autorizar a entrada de turistas estrangeiros no país. O plano, que está em discussão na Casa Branca, ajudaria a abrandar restrições que impedem a entrada de viajantes provenientes de diversos países. Atualmente, a entrada em solo americano de viajantes de países mais afetados pela pandemia, entre eles o Brasil, está vetada.
A Casa Branca não tem planos para suspender imediatamente todas as restrições para entrada de estrangeiros porque o número de casos de coronavírus no país continua aumentando e a variante Delta se propaga rapidamente. Além disso, ainda não há indicações de quais vacinas seriam aceitas num futuro plano.
"O governo tem grupos de trabalho reunindo diversas agências trabalhando para ter um novo sistema pronto para quando pudermos reabrir as viagens", disse uma fonte da Casa Branca. O plano inclui uma abordagem em fases que ao longo do tempo significará, com exceções limitadas, que os estrangeiros viajando para os Estados Unidos precisem ser totalmente vacinados.
Apesar de o projeto ainda estar em estudo, esses grupos de trabalho esperam o momento certo de transição para esse novo sistema, ainda sem data definida.
Os Estados Unidos atualmente proíbem a entrada da maioria dos cidadãos não americanos que nos últimos 14 dias estiveram no Reino Unido, em alguma das 26 nações que compõem o espaço Schengen, além de Irlanda, China, Índia, África do Sul, Irã e Brasil.
As restrições a viagens ao país foram impostas pela primeira vez à China, em janeiro de 2020, para evitar a disseminação da covid-19. Desde então, dezenas de outros países foram adicionados.
Com o avanço da vacinação nos países ricos, a indústria do turismo pressiona pela liberação de viagens transcontinentais. Alguns outros países, incluindo Canadá e Reino Unido, já estão abrandando ou suspendendo as restrições para turistas vacinados.
O primeiro passo para o fim do veto à entrada de estrangeiros ocorreu no mês passado, quando a Casa Branca manteve discussões com companhias aéreas sobre como implementar uma política segura de fluxo de viajantes, principalmente em meio ao avanço da variante Delta no país.
<b>Tipos de vacina</b>
Existem outras questões que a administração Biden deve responder, incluindo que prova aceitaria de vacinação e se os Estados Unidos aceitariam vacinas que alguns países estão usando, mas que ainda não foram autorizadas pelos órgãos reguladores dos EUA, como é o caso das duas das vacina mais usadas no Brasil: a da Oxford/AstraZeneca e a Coronavac.
Na Europa, a liberação de entrada de turistas vacinados foi vinculada a vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns países, no entanto, não aceitam a Coronavac e outros imunizantes de origem chinesa. Além disso, o bloco europeu mantém algumas restrições a países onde circulam variantes perigosas, como a Gama e a Delta.
O governo Biden também tem conversado com as companhias aéreas dos EUA sobre o estabelecimento de rastreamento de contato internacional para passageiros. O setor, no entanto, ainda é cético sobre uma exigência de comprovante de vacinas no médio prazo. Algumas dessas empresas falam em semanas e até meses até que as restrições sejam retiradas.
Na Casa Branca, não há pressa. A previsão é a de que a variante Delta seguirá avançando no país nas próximas semanas. Enquanto esse cenário não mudar, as proibições atuais serão mantidas.
Antes da posse de Joe Biden, o então presidente Donald Trump tentou remover o veto à entrada de estrangeiros vindos da Europa, mas a gestão democrata manteve a medida no início do governo.
Com o avanço da vacinação, muitos críticos da medida passaram a argumentar que ela já não fazia mais sentido. A chegada da variante Delta ao país, por seu potencial para driblar a resposta imune do organismo, fez o governo avaliar um certificado de vacinação para estrangeiros. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>