Dois homens foram presos sob a acusação de terem ajudado a estabelecer um posto avançado da polícia secreta chinesa na cidade de Nova York em nome do governo do país asiático, e mais de três dúzias de oficiais da força policial nacional da China foram acusados de usar redes sociais para assediar dissidentes dentro dos Estados Unidos, anunciou o Departamento de Justiça nesta segunda-feira.
Os casos, em conjunto, fazem parte de uma série de processos do Departamento de Justiça nos últimos anos com o objetivo de interromper os esforços do governo chinês para localizar nos Estados Unidos ativistas pró-democracia e outros que criticam abertamente as políticas de Pequim.
Um dos casos diz respeito a uma filial local do Ministério de Segurança Pública da China, que operava dentro de um prédio de escritórios no bairro de Chinatown, em Manhattan, antes de fechar no outono passado em meio a uma investigação do FBI. Os dois homens encarregados de estabelecer o posto avançado estavam agindo sob a direção e controle de um funcionário do governo chinês e excluíram a comunicação com esse funcionário de seus telefones depois de tomarem conhecimento da investigação, de acordo com o Departamento de Justiça.
Em nenhum momento os homens se registraram no Departamento de Justiça como agentes de um governo estrangeiro, disseram autoridades policiais dos EUA. E embora o posto avançado da polícia tenha prestado alguns serviços básicos, como ajudar os cidadãos chineses a renovar suas carteiras de motorista chinesas, também desempenhou uma função mais "sinistra", incluindo ajudar o governo chinês a localizar um ativista pró-democracia de ascendência chinesa que vive na Califórnia, segundo os funcionários.