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EUA: relatório do Senado acusa China de acessar informações privilegiadas do Fed

A China tentou construir uma rede de informantes dentro do sistema do Federal Reserve (Fed) e chegou a ameaçar prender um economista do BC dos EUA durante uma viagem a Xangai, a menos que ele concordasse em fornecer dados econômicos privados, segundo uma investigação realizada por membros republicanos do Comitê de Segurança Interna e Assuntos Governamentais do Senado.

A investigação descobriu que por mais de uma década ofereceu-se aos funcionários do Fed contratos com programas de recrutamento de talentos chineses. Em troca, eram oferecidos pagamentos em dinheiro por informações sobre a economia americana, mudanças e políticas de taxa de juros, de acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (26).

No caso do economista, segundo o documento divulgado, autoridades chinesas o detiveram em 2019 e tentaram coagi-lo a compartilhar dados e informações sobre as políticas do governo dos EUA, inclusive sobre tarifas. Isto em um momento em que os EUA e a China estavam em meio a uma guerra comercial.

O relatório não diz se alguma informação sensível foi vazada. O acesso a essas informações pode fornecer informações valiosas em função da extensa análise da atividade econômica pelo Fed, a supervisão do sistema financeiro e a definição da política monetária.

A investigação liderada pelos republicanos disse que o Fed não chegou a uma conclusão adequada. As descobertas do relatório mostram "um esforço sustentado da China, ao longo de mais de uma década, para ganhar influência sobre o Fed e um fracasso em combater essa ameaça de forma eficaz".

O presidente do Fed, Jerome Powell, contestou fortemente as descobertas do relatório e chamou suas caracterizações de alguns funcionários de injustas. "Como entendemos que alguns personagens pretendem explorar quaisquer vulnerabilidades, nossos processos, controles e tecnologia são robustos e atualizados regularmente. Respeitamos qualquer sugestão em contrário", escreveu ele em carta ao senador Rob Portman, de Ohio, o principal republicano do comitê. Fonte: Dow Jones Newswires,

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