Estadão

EUA: Republicanos defendem invasão ao Capitólio

O Partido Republicano censurou dois de seus parlamentares nesta sexta-feira, 4, em uma escalada da legenda para punir dissidentes considerados desleais ao ex-presidente dos EUA Donald Trump. O partido se referiu ao ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, que terminou com cinco mortos, como um "discurso político legítimo".

Liz Cheney e Adam Kinzinger, os únicos republicanos na comissão da Câmara que investiga o papel de Trump no ataque ao Capitólio, são vistos como adversários do ex-presidente, que mantém um forte controle sobre o partido apesar de sua derrota nas eleições de 2020.

Os 168 membros do Comitê Nacional Republicano (RNC, por sua sigla em inglês), reunidos em Salt Lake City, Utah, aprovaram uma censura formal, acusando os dois legisladores de comportamento "destrutivo da Câmara dos Deputados dos EUA, do Partido Republicano e da república".

O partido declarou oficialmente o ataque ao Capitólio e os eventos que o antecederam como parte de um "discurso político legítimo". A resolução não foi lida e toda votação durou cerca de um minuto, segundo a imprensa americana.

Os partidários linha-dura de Trump vêm pressionando há meses para que Cheney e Kinzinger sejam depostos, principalmente porque a investigação sobre a insurreição de 6 de janeiro de 2021 se aproximou mais do círculo do ex-presidente. Quatro pessoas morreram durante a invasão e um policial do Capitólio morreu no dia seguinte. Cerca de 140 policiais ficaram feridos e 4 morreram depois por suicídio.

Trump, que mantém um forte controle sobre seu partido, está em pé de guerra contra os republicanos que se posicionaram contra ele.

Kinzinger se retirará do Congresso após as eleições de meio de mandato de novembro, enquanto Cheney corre o risco de perder sua cadeira por Wyoming. Cheney respondeu à censura redobrando suas críticas a Trump.

"Sou uma conservadora constitucional e não reconheço aqueles em meu partido que abandonaram a Constituição para abraçar Donald Trump", disse.

<b>Papel do vice</b>

Ainda ontem, o ex-vice-presidente Mike Pence rebateu diretamente as falsas alegações de Trump de que ele, de alguma forma, poderia ter anulado os resultados das eleições de 2020.

Em um discurso para a conservadora Sociedade Federalista na Flórida, Pence abordou os esforços intensificados de Trump para avançar a falsa narrativa de que o ex-vice, como presidente do Senado, poderia ter feito algo para impedir que o presidente eleito assumisse o cargo. "O presidente Trump está errado", disse Pence. Os comentários sua refutação mais contundente ao ex-presidente até o momento. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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