Estadão

EUA seguirão com apoio militar à Ucrânia; novo anúncio deve vir na próxima semana

O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou nesta sexta-feira, 30, que o governo norte-americano continuará fornecendo apoio militar para a Ucrânia, e que deverá fazer um novo anúncio sobre o envio de armas na próxima semana. Em coletiva de imprensa, o representante foi questionado sobre o anúncio feito nesta sexta pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesnky, de que irá buscar uma adesão "acelerada" à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e respondeu que os EUA seguem defendendo a política de portas abertas do organismo. No entanto, disse que, no momento, o melhor é apoiar no solo a Ucrânia.

"Processo em Bruxelas deve ter tempo diferente", afirmou Sullivan, citando a cidade na qual a Otan é sediada. Além disso, o conselheiro lembrou que o processo de adesão precisa da confirmação dos 30 membros do organismo. Sobre uma eventual solução para o conflito com a Rússia, o representante afirmou que o presidente Joe Biden acredita que uma resolução diplomática na Ucrânia ainda é possível, mas que a carta das Nações Unidas deve ser seguida para isso.

Sobre os referendos para anexação de regiões no território ucraniano, Sullivan condenou as ações, e disse que Biden mandou forte condenação sobre as ações russas. "Civis ucranianos foram obrigados a votar sob coação, EUA nunca aceitarão os resultados", afirmou. "Tivemos resposta forte e coordenada com aliados, que irá continuar", indicou. "Indivíduos e empresas que ficarem do lado da Rússia na anexação, sofrerão sanções", ameaçou o conselheiro.

Depois de um discurso do presidente russo Vladimir Putin dizendo que os EUA abriram precedente na Segunda Guerra ao usar armas nucleares, Sullivan disse que o risco de ataques do gênero pela Rússia existe, e que leva o tema a sério. No entanto, apontou que não há indícios de ataque iminente por agora. Por outro lado, afirmou "sabíamos do risco de Rússia atacar infraestrutura ocidental desde começo da guerra".

Sullivan reforçou as palavras de Biden mais cedo, e disse que o que ocorreu no gasoduto Nord Stream "está claro que foi um ato de sabotagem". Ainda assim, disse que "há mais trabalho a se fazer na investigação".

Questionado sobre o pleito brasileiro do próximo domingo, o conselheiro foi evasivo. "Não faço previsões sobre eleições em nenhum lugar, e não vou fazer sobre o Brasil", disse.

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