Estadão

EUA viram alvo na Síria e no Iraque; sul de Gaza tem novos bombardeios

O presidente dos EUA, Joe Biden, assumiu um risco político ao hipotecar seu apoio incondicional a Israel na quarta-feira, 18, em visita ao premiê israelense, Binyamin Netanyahu. Nesta quinta, 19, os EUA sentiram o que muitos acreditam ser a primeira consequência de seu envolvimento na guerra. Um navio americano no Iêmen e duas bases militares, na Síria e no Iraque, foram atacados por drones.

Em Gaza, Israel voltou a bombardear ontem Khan Yunis, no sul do enclave palestino, perto de Rafah, onde muitos brasileiros aguardam o resgate. A região é para onde os militares israelenses aconselharam os palestinos a se refugiar das bombas lançadas na Cidade de Gaza, no norte.

O Exército de Israel admite ser o autor dos bombardeios, mas garante que o alvo são terroristas do Hamas que se escondem entre a população civil. No sul do enclave, do lado egípcio da fronteira, mais de 200 caminhões carregando 3 mil toneladas de ajuda humanitária estão parados, aguardando liberação para entrar em Gaza.

A Casa Branca confirmou ontem que 20 caminhões devem entrar nesta sexta, 20, no território pela passagem de Rafah. O Egito, porém, fala em adiar a entrada até sábado, 21, porque ainda seriam necessários reparos na estrada que dá acesso a Gaza, destruída pelos bombardeios.

Embora o acordo tenha sido um avanço, o subsecretário da ONU, Martin Griffiths, diz que seriam necessários 100 caminhões por dia para que o nível de ajuda volte ao mesmo patamar de antes da guerra.

<b>Ataques</b>

Enquanto diplomatas dos EUA coordenam com Egito e Israel a entrada de ajuda em Gaza, as tropas dos EUA entraram em prontidão no Oriente Médio. Ontem, o contratorpedeiro USS Carney foi atacado por duas dúzias de drones quando operava na costa do Iêmen. A embarcação interceptou três mísseis que haviam sido disparados, segundo o Pentágono, na direção de Israel.

No sul da Síria, dois drones dispararam contra a base de Al-Tanf, onde militares americanos operam em missão de treinamento de militantes para combater o Estado Islâmico. Um oficial dos EUA afirmou que uma aeronave foi derrubada, mas outra explodiu, causando pequenos ferimentos em soldados.

Ativistas da oposição síria também disseram ontem que um outro ataque com drones foi conduzido contra uma instalação petrolífera no leste do país, onde estão estacionadas tropas americanas. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora a guerra civil, confirmou que cinco explosões foram registradas no campo de gás de Conoco.

No Iraque, dois drones atingiram a base de Al-Asad, no oeste do país, usada pelos EUA, e outro drone atacou uma base americana no norte iraquiano. O Comando Central dos EUA informou que alguns soldados ficaram feridos. Milícias iraquianas, apoiadas pelo Irã, seriam responsáveis pelas operações.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse ontem às tropas para estarem prontas para entrar em Gaza, embora não tenha dito quando a invasão começaria. Em discurso à infantaria, ele pediu que os soldados "ficassem de prontidão". "Quem vê Gaza de longe, verá em breve de dentro", disse.

<b>Biden</b>

Ontem, em Washington, Biden fez o seu segundo pronunciamento à nação em quase três anos de mandato. Em discurso, ele explicou o que está em jogo para os EUA em duas guerras, no Médio Oriente e na Ucrânia, antes de pedir ao Congresso mais dinheiro para israelenses e ucranianos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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