Com base nas previsões da Comissão Europeia, prevê-se que o déficit das administrações públicas da zona do euro continue diminuindo, passando de 3,6% do PIB em 2022 para 3,2% em 2023 e para um pouco abaixo de 3% do PIB em 2024. No entanto, segundo comunicado emitido após reunião do Eurogrupo, a previsão é de que oito Estados-Membros da zona do euro ainda tenham um déficit acima do valor de referência de 3% do PIB em 2023 e nove em 2024.
O Eurogrupo observa que os planos de Bélgica, Finlândia, França e Croácia correm o risco de não estar em conformidade com a recomendação orçamental do Conselho. O Eurogrupo observa que a política na Bélgica e na França deverá, no entanto, ser contracionista.
A dívida pública na área do euro deverá chegar a cerca de 90% do PIB em 2024, diminuindo marginalmente em comparação com 2023, mas notavelmente abaixo do pico em 2020, permanecendo acima do nível anterior à crise da covid-19, diz a publicação.
A orientação orçamentária da zona do euro entrou em território de queda em 2023, após três anos de expansão relacionada com a crise. "A mudança na orientação foi necessária para sustentar finanças públicas sustentáveis e apoiou a política monetária nos seus esforços para restaurar a estabilidade de preços", afirma o documento.
"Espera-se um novo aperto na orientação orçamental da área do euro para 2024, na sequência da eliminação gradual da maioria das restantes medidas de apoio energético", diz a publicação. A eventual dimensão do efeito de contração poderá ser influenciada pelas possíveis medidas tomadas pela Alemanha em resposta à decisão do seu Tribunal Constitucional, avalia o Eurogrupo. "Tomamos nota do anúncio da Alemanha de que poderão ser necessários ajustes nos seus planos orçamentais e saudamos a sua disponibilidade para manter o Eurogrupo informado", afirma.