O presidente do grupo de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo), Paschal Donohoe, disse nesta segunda-feira, 3, que os países devem evitar medidas fiscais que aumentem as pressões inflacionárias e, consequentemente, deixem as pessoas mais pobres. O comentário foi feito durante entrevista coletiva de imprensa, após reunião do grupo.
"Relembramos que o apoio amplo à demanda agregada por meio de políticas fiscais em 2023 não se justifica, o foco está na proteção dos vulneráveis, mantendo a agilidade para ajustar, se necessário. As políticas orçamentais devem visar a preservação da sustentabilidade da dívida, bem como o aumento do potencial de crescimento de forma sustentável", destaca comunicado divulgado mais cedo pelo grupo.
Já o comissário da União Europeia (UE) para economia, Paolo Gentiloni, que também participou da coletiva, destacou que as medidas para combater os preços de energia devem ser temporárias e bem desenhadas.
Quando questionado sobre as críticas ao pacote de 200 bilhões de euros que a Alemanha planeja gastar para ajudar consumidores e empresas a lidarem com a escalada nos preços de energia, Donohoe citou que o Eurogrupo valoriza a coordenação entre países para lutar contra os preços de energia. "Todos os países estão tomando medidas internas, mas precisamos de coordenação para lidar com esses efeitos da guerra", disse. "Não é hora de condenar medidas individuais dos países", completou Gentiloni.
Donohoe comentou ainda que a Europa deve agir rapidamente em busca da transição energética. O comunicado ressalta que "nossos fundamentos permanecem fortes e as reformas e investimentos melhorarão ainda mais a sustentabilidade e a resiliência de nossas economias, tornando-as mais bem preparadas para os desafios e oportunidades das transições verde".