A Europa continua a avançar, nesta quarta-feira, 13, na sua progressiva e cautelosa saída do confinamento diante da pandemia de coronavírus, que já deixou mais de 292.000 mortes em todo mundo – enquanto América Latina e Caribe excederam 400.000 casos nas últimas horas.
A Comissão Europeia apresenta nesta quarta suas recomendações para uma reabertura "gradual" e "sem discriminação" das fronteiras internas da União Europeia (UE) e para o turismo com segurança, uma iniciativa que visa a salvar a lucrativa estação do verão.
"Não será um verão normal, mas se todos fizerem sua parte, não teremos que enfrentar um verão preso em casa, ou totalmente perdido para a indústria do turismo", disse a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager.
No plano previsto por Bruxelas, a primeira fase seria a atual, marcada pelo fechamento das fronteiras para viagens "não essenciais". Na segunda, a comissão propõe levantar restrições entre países e regiões com uma situação de saúde semelhante e melhorando.
A fase final levaria ao levantamento de todos os controles de fronteira no espaço europeu de livre circulação de Schengen, para o qual Bruxelas pede aos países que levem em conta critérios sociais e econômicos, bem como sanitários.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que a "dependência" do turismo, que representa mais de 10% do PIB da UE e quase 12% do emprego, vai acentuar o impacto econômico do coronavírus nas economias da Espanha, Itália e Grécia.
Áustria e Alemanha já anunciaram que planejam restabelecer a livre circulação a partir de 15 de junho na fronteira comum, fechada desde meados de março. A Alemanha observou que, a partir dessa data, planeja reabrir todas as suas fronteiras.
Outras restrições foram levantadas na França e na Espanha, depois de semanas de confinamento que deixaram a população exausta, e suas economias, paralisadas.
Uma parte das crianças francesas conseguiu voltar às aulas, e algumas praias vão reabrir no próximo fim de semana para caminhadas, ou para a prática de esportes.
Na Espanha, muitas pessoas ficaram felizes por poderem voltar aos bares, com rigorosas medidas de higiene e de distanciamento social.
Na terça-feira, 12, as autoridades espanholas decidiram que as pessoas que chegam do exterior terão de passar por uma quarentena de 14 dias.
<b>Advertência nos EUA</b>
Diante de uma catástrofe de saúde global que deixou mais de 292.000 mortos e infectou mais de 4,2 milhões de pessoas, todos os países tentam encontrar um equilíbrio entre as medidas sanitárias e o renascimento da economia, afetada por uma crise sem precedentes.
Nesse sentido, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento prevê um impacto "maciço" do coronavírus nas economias da Europa Central e Oriental, com uma queda de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
O chefe imunologista da Casa Branca, dr. Anthony Fauci, emitiu um alerta na terça-feira contra as possíveis consequências "muito graves" de uma retomada da atividade econômica prematura nos Estados Unidos, o país mais atingido pela covid-19, com mais de 82.000 mortos.
O saldo diário voltou a subir nos Estados Unidos na terça-feira, com quase 1.900 óbitos em 24 horas.
As autoridades de saúde de Los Angeles, a segunda maior cidade do país, disseram que as medidas de confinamento provavelmente permanecerão em vigor até o final de julho, a menos que haja uma "grande mudança".
A própria Casa Branca é afetada pela pandemia: o vice-presidente Mike Pence decidiu se afastar por "alguns dias" do presidente Donald Trump, depois que um de seus colaboradores deu positivo para o coronavírus.
<b>Alerta na América Latina</b>
O Brasil é o país mais atingido na América Latina e Caribe, que nesta quarta-feira superou os 400.000 casos confirmados. O segundo país com mais casos na América Latina é o Peru (mais de 72.000 infecções e mais de 2.000 mortes), seguido pelo México, o terceiro país com mais casos (38.324), mas o segundo com mais óbitos (3.926).
O Conselho Geral de Saúde do México decidiu levantar progressivamente o confinamento, autorizando atividades como construção, mineração e fabricação de equipamentos de transporte.
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro estendeu por um mês o "estado de emergência", até 12 de junho.
Apesar do atual confinamento, o fluxo de pessoas nas ruas de Caracas e em outras cidades do país aumentou nos últimos dias, já que milhões de venezuelanos precisam sair para encontrar trabalho e meios de subsistência, em meio à profunda crise econômica que castiga a nação. (Com agências internacionais).