Internacional

Europa está mais forte e cremos na recuperação do Brasil, diz premiê de Portugal

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, não esconde o entusiasmo de ninguém. Depois de uma série de reveses a partir da aprovação da saída do Reino Unido da União Europeia, ele acredita que o bloco comum passa por um processo de recuperação e está “cada dia mais forte”. Seu otimismo se estende também ao Brasil. Ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Costa disse esperar uma rápida recuperação da economia brasileira.

De passagem pelo Brasil, o premiê português deixou transparecer sua confiança no futuro da União Europeia. “De todas as crises recentes, saímos mais fortalecidos”, afirmou. Depois de uma escalada do sentimento anti-Europeu, que ficou evidente com o voto pelo Brexit, números favoráveis da economia europeia e a vitória de partidos pró-UE nas últimas eleições no continente geraram um certo alívio. “A União Europeia tem dado um grande exemplo de unidade. E a resposta ao Brexit vai nos ajudar a fazer o avanço que é necessário para termos uma Europa mais forte.”

Costa acredita que Portugal é o símbolo desta guinada a favor da Europa. O país venceu uma recessão de três anos, saiu do programa de recuperação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e diminuiu o desemprego. Por causa disso, durante sua visita ao Brasil no último fim de semana, ele não cansou de fazer e receber elogios à mudança em curso no país e à retomada econômica.

“Canto uma música que não é mais símbolo do que somos. Ela agora representa o nosso passado e devemos isso a quem está aqui hoje”, declarou a cantora Gisela João ao apresentar a canção Casa da Mariquinhas, fado da década de 1960 que, segundo ela, poderia muito bem contar as mazelas deixadas pela crise da dívida de 2010.

O premiê socialista concordou com as palavras da fadista, mas disse não acreditar que a fórmula portuguesa possa ser exportada, tampouco aproveitada pelo Brasil.

O acordo legislativo que catapultou Costa ao poder guarda seus méritos. O socialista assumiu o comando do governo português em 2015 por meio de uma coalizão com a extrema-esquerda dentro da Assembleia Nacional. O acerto, considerado frágil pela opinião pública a ponto de ganhar o jocoso apelido de “Geringonça”, já dura um ano e meio. “Não há lições, nós sempre aprendemos uns com os outros”, pontuou.

Para o Brasil, Costa se limita a torcer pela recuperação rápida da economia. “Essa tem sido a história do Brasil desde sempre. Portugal tem grande confiança e esperança no futuro do Brasil”, disse.

De acordo com o premiê, as empresas portuguesas estão bastante interessadas na retomada do crescimento do Brasil e desejam ampliar a presença no País. “Elas estão cá, trabalhando no setor da construção, de energia e tecnologia”, observou Costa. “O Brasil sabe que tem sempre o apoio de Portugal e os brasileiros podem sempre contar com os portugueses.”

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