Bancos assumiram o controle de mais de US$ 2 bilhões de uma das principais unidades da Evergrande, após a gigante do setor imobiliário chinês afirmar que ela e suas principais subsidiárias de capital aberto não conseguirão cumprir um prazo iminente para publicar resultados financeiros anuais, segundo o <i>The Wall Street Journal</i>.
A iniciativa dos bancos gera mais incertezas sobre um aguardado plano de reestruturação da Evergrande, que enfrenta graves problemas de liquidez desde o ano passado. Detentores de bônus veem as duas grandes unidades da Evergrande listadas em Hong Kong, que focam os setores imobiliário e automotivo, como importantes fontes de valor para credores internacionais.
A unidade de imóveis, a Evergrande Property Services, informou que bancos exerceram direitos sobre cerca de 13,4 bilhões de yuans, ou US$ 2,1 bilhões, em depósitos bancários. De acordo com a subsidiária, o montante foi oferecido como "segurança para garantias de terceiros", sugerindo que os recursos garantiam dívidas contraídas por outro tomador de empréstimo.
A Evergrande disse que esse foi um "grande incidente" que veio à tona durante revisão do relatório financeiro anual da subsidiária de imóveis.
O caso será apurado por comitês investigativos independentes em ambas as empresas.
A Evergrande e suas duas subsidiárias disseram nesta terça-feira que não conseguirão divulgar resultados anuais auditados até 31 de março, como exigido pela Bolsa de Hong Kong, devido a "um grande número de processos de auditoria adicionais" e questões relacionadas à pandemia de covid-19.
Negócios com ações das três empresas estão suspensos na Bolsa de Hong Kong desde a segunda-feira, 21. Pelas regras da bolsa, a suspensão deverá perdurar até que os resultados sejam publicados.
A Evergrande, que acumula mais de US$ 300 bilhões em passivos de dívidas, falhou no pagamento de bônus externos no fim do ano passado.
Em janeiro, a empresa disse que planejava anunciar um plano de reestruturação global em até seis meses. Nesta terça, a Evergrande fará uma conferência com detentores de bônus para atualizá-los de seus planos, segundo fontes com conhecimento do assunto.