Aos prantos, o ex-secretário geral de futebol da Guatemala e ex-juiz da Corte de Constitucionalidade do mesmo país, Héctor Trujillo, se declarou nesta sexta-feira culpado no escândalo de corrupção envolvendo a Fifa.
Preso desde 2015 nos Estados Unidos, o ex-magistrado se declarou culpado pelos crimes de fraude bancária e conspiração, entre outros. Trujillo é acusado de aceitar centenas de milhares de dólares em suborno da empresa Media World para conceder o direito de transmissão e comercialização de partidas da seleção da Guatemala, válidas pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
“Eu reconheço que privei a federação de meus serviços honestos”, afirmou com a voz embargada o ex-dirigente, que presidiu a Federação Nacional de Futebol da Guatemala entre 2009 e 2015, período em que também exercia a magistratura.
“Eu sabia que era errado para mim aceitar esses pagamentos”, acrescentou o ex-dirigente, muito abalado com o depoimento. Trujillo precisou, inclusive, que o entregassem um pano branco para enxugar as lágrimas.
Além de admitir a culpa, o ex-magistrado aceitou não apelar de nenhuma sentença inferior a 57 meses e aceitou devolver US$ 175 mil. A decisão da juíza responsável pelo caso será declarada no dia 20 de setembro.
Trujillo permaneceu várias semanas encarcerado em Oklahoma e Nova York até ser estabelecida uma fiança de US$ 4 milhões em janeiro de 2016. Desde então ele, que renunciou ao cargo na Corte de Constitucionalidade, segundo seu advogado, está em prisão domiciliar em Newark.
A investigação que envolve Trujillo indiciou mais de 40 pessoas por escândalos de corrupção na Fifa. José Maria Marin, ex-presidente da CBF e hoje também em prisão domiciliar nos Estados Unidos, é outro ex-dirigente envolvido no caso. O julgamento do brasileiro ocorrerá em novembro.