O ex-ministro da Economia de Israel, Yair Lapid, afirmou nesta quinta-feira que o aumento de gastos públicos com os assentamentos na Cisjordânia tem origem em corrupção. Segundo ele, o governo direciona as verbas para os colonos na expectativa de conseguir votos. “É dinheiro que vai diretamente aos eleitores”, afirmou.
Lapid foi exonerado do cargo no mês passado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por motivos de “deslealdade”. A demissão resultou no colapso da coalizão de governo e a convocação de eleições gerais antecipadas.
O ex-ministro afirmou que, antes de ter sido demitido, foi chamado a uma reunião com Netanyahu e outros ministros. Lá, ouviu que o grupo queria transferir 300 milhões de shekels (US$ 76 milhões) a assentamentos na Cisjordânia. “Eles me passaram a impressão de que se eu não transferisse a verba, o governo ira entrar em colapso. Eu me recusei porque isto é corrupção”, disse.
As declarações de Lapid tentam ligar o silencioso aumento de gastos público a uma crescente onda de escândalos, tendo em vista as eleições gerais de março. Suas acusações têm como alvo o poderoso movimento dos colonos da Cisjordânia, cujos aliados no parlamento devem receber votação expressiva na próxima votação.
No mês passado, a polícia israelense anunciou a investigação de dezenas de políticos e homens públicos ligados ao partido Yisrael Beitenu, acusado de nepotismo e de transferir ilegalmente fundos a apoiadores.
As declarações de Lapid chegam um dia depois de a Autoridade Palestina anunciar que quer se juntar ao Tribunal Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU). O movimento pode abrir caminho para acusações de crimes de guerra contra Israel. Fonte: Associated Press.