O líder turco Recep Tayyip Erdogan foi empossado nesta quinta-feira como o primeiro presidente diretamente eleito do país, prometendo uma nova ordem política, após uma longa campanha para consolidar seu poder.
Uma série de cerimônias na capital marcaram a mudança de cargo de Erdogan, de primeiro-ministro para chefe de Estado, durante sua posse no Parlamento. Deputados do partido governista ovacionaram de pé o novo presidente na Assembleia Nacional, enquanto legisladores da oposição saíram em protesto, mostrando a divisão que marca a ascensão do novo governo, que promete unificar o país.
“Com a posse do primeiro presidente diretamente eleito, hoje é o dia em que a Turquia se levanta das cinzas, é o dia em que o processo de construção de uma nova Turquia ganha força”, declarou Erdogan durante a visita simbólica ao mausoléu do fundador da Turquia moderna e seu primeiro presidente, Mustafa Kemal Atatürk.
O novo cargo dá a Erdogan, que cumpriu dois mandatos como primeiro-ministro (entre 2003 e 2014) uma permanência no poder de pelo menos mais cinco anos.
O novo presidente deve indicar seu aliado, o ministro de Relações Exteriores – que deve sucedê-lo no cargo de primeiro-ministro – para formar um novo governo na noite desta quinta-feira, após cerimônias no palácio presidencial.
Durante a posse no Parlamento, Erdogan declarou que “como presidente, eu prometo pela minha honra que protegerei o Estado, sua independência, a unidade indivisível da nação…e que obedecei a Constituição, o estado de direito, a democracia…e o princípio da república laica”.
O novo presidente, que tem dominado a política há uma década, já indicou que quer transformar o cargo de um posto cerimonial para uma posição mais poderosa. Por isso, acredita-se que ele deva ter forte participação no comando do país.
Erdogan já expressou seu desejo de exercer todos os poderes da presidência, o que inclui a possibilidade de convocar o Parlamento e reuniões de gabinete.
Erdogan é uma figura polêmica. Adorado por seus partidários, depois de ter governado o país durante uma década de relativa prosperidade, é também desprezado por muitos por causa de seu crescente autoritarismo, além de ser acusado de tentar impor seus costumes religiosos e conservadores num país de tradições seculares. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.