Na sexta-feira, o ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, afirmou em seu blog que é contrário ao desmembramento de bancos considerados “grandes demais para falir” (too big to fail). Este é um debate que tem gerado grandes repercussões nos cenários político e financeiro nos Estados Unidos, com o Senador Bernie Sanders, que disputa a candidatura à presidência pelo Partido Democrata, sendo um dos principais defensores da proposta.
Na postagem, Bernanke afirma que há mais trabalho a ser feito em relação a diminuir os riscos oferecidos por grandes e complexas instituições financeiras ao sistema financeiro e à economia como um todo. “Mas dizer que nada foi feito é simplesmente incorreto”, afirmou, apontando que houve mais progresso do que o público percebe. Para ele, o desmembramento forçado das instituições não é a melhor alternativa para promover estabilidade financeira, controlar risco moral e limitar a tomada de risco excessivo. “Ao menos, até que alternativas razoáveis sejam testadas.”
O posicionamento de Bernanke antecede sua participação num simpósio organizado pelo Federal Reserve Bank of Minneapolis, na próxima segunda-feira. A regional do Fed é presidida por Neel Kashkari, outro crítico aos riscos decorrentes de bancos muito grandes que, em caso de colapso, podem afetar toda a economia global.
Já a presidente do Fed, Janet Yellen, recentemente creditou uma melhora do sistema financeiro norte-americano às regulamentações pós-crise. Para Bernanke, a proposta de redução das maiores instituições financeiras desconsidera aspectos bancários relevantes, como opacidade, liquidez e interconectividade com outras instituições. Além disso, apenas o tamanho não seria suficiente para determinar os riscos de uma desestabilização sistêmica. Fonte: Dow Jones Newswires.