A chamada carta pela democracia, manifesto organizado pela Faculdade de Direito da USP que já conta com mais de 760 mil assinaturas, recebeu apoio de mais um ex-presidente da República, desta vez Fernando Henrique Cardoso, que comandou o País de 1995 até 2002.
O ex-presidente declarou nesta sexta-feira, 5, que decidiu romper o silêncio devido à "gravidade" do momento, e que a hora é de "união" em defesa da democracia.
"Como todos sabem, já há algum tempo, estou retirado da vida político-partidária", disse, em publicação divulgada em rede social da Fundação Fernando Henrique Cardoso. "Tomo a decisão, como cidadão, de assinar a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. A democracia, causa da minha vida, está ameaçada."
A adesão à carta pelo ex-presidente foi intermediada por um dos signatários do manifesto, o presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) e ex-presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, Dimas Ramalho, e pelo ex-governador de São Paulo e candidato a vice presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de advogados ligados ao grupo Prerrogativas.
Antes de FHC, o manifesto também havia sido assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff na quarta-feira, 3.
O texto é uma reação às investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.
A expectativa é de que artistas populares que assinaram o manifesto também passem a engajar seus públicos, o que pode acelerar a marca de 1 milhão de assinaturas ainda antes do dia 11 de agosto, data em que será realizado ato na Faculdade de Direito da USP.
Já assinaram a carta os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Luiz Felipe d Avila (Novo). O ex-presidente Lula estuda assinar a carta em breve.
Já o ex-presidente Michel Temer (MDB) assinou manifesto similar divulgado pela Academia Paulista de Letras, da qual faz parte.