O ex-primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu está negociando um acordo judicial no processo de corrupção do qual é alvo, disse uma pessoa familiarizada com os planos neste domingo.
O acordo, que pode ser assinado já na próxima semana, removeria Netanyahu da linha de frente política de Israel por anos, abrindo caminho para uma corrida pela liderança em seu partido Likud e embaralhando o mapa político de Israel.
Um eventual acordo pouparia Netanyahu de um longo e embaraçoso julgamento que concentraria a atenção do país e poderia manchar seu legado. Um porta-voz de Netanyahu se recusou a comentar.
Netanyahu é acusado de fraude, quebra de confiança e suborno em três casos distintos. O ex-premiê, agora líder da oposição, nega qualquer má prática. A pessoa com conhecimento das negociações disse que o acordo retiraria as acusações de suborno e fraude e descartaria o caso inteiramente.
Várias questões ainda precisam ser resolvidas, como a inclusão de uma acusação de "torpeza moral", que sob a lei israelense impediria Netanyahu de ter cargo político por sete anos. Há ainda a possibilidade de Netanyahu ser forçado a prestar serviços comunitários como parte do acordo.
Incluir a acusação de "torpeza moral" contrariaria a promessa de Netanyahu de retornar ao governo depois que seu mandato de 12 anos terminou no ano passado diante de uma coalizão de partidos díspares que têm pouco mais em comum do que sua oposição ao ex-primeiro-ministro. Mas Netanyahu, que conseguiu resistir a várias tentativas de removê-lo do poder, poderá retornar quando o veto expirar. Ele teria quase 80 anos.
<i>(Com Associated Press)</i>